Bispo diocesano explicou que se «exige um novo estilo de vida pastoral que irá alterar os modelos»
Viana do Castelo, 06 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo pediu hoje aos sacerdotes que “não” deixem “entrar o espírito do secularismo”, assinalou que se exige “um novo estilo de vida pastoral”, e não podem “ignorar os males que surgiram no contexto do presbitério”.
“Não podemos ignorar os males que surgiram no contexto do nosso presbitério que nos envergonham e que exigem reparação e testemunho firme de fidelidade, mas igualmente somos convidados a não ceder à pressão social de secundarizar a Igreja”, explicou D. João Lavrador, na Missa Crismal que presidiu, esta manhã, na Sé.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Viana do Castelo acrescentou que, “pelo contrário”, devem fazer “tudo” para de “modo credível” colocarem a pessoa de Jesus Cristo como “o verdadeiro salvador do homem e da mulher” hoje.
D. João Lavrador alerta que, “constantemente seduzidos pelos critérios e pelas seguranças do mundo”, têm de ser “vigilantes e audazes” para se decidirem por “novos caminhos de libertação na autenticidade, na fidelidade, na coerência, na seriedade, na generosidade e no amor”.
“Não deixemos entrar em nós o espírito do secularismo”, reforçou, tendo assinalado que se exige “um novo estilo de vida pastoral” que vai alterar os modelos a que estão habituados.
O bispo de Viana do Castelo salientou que, “certamente”, reconhecem que o testemunho de vida que dão “é imprescindível para credibilizar a palavra”, por isso, o “cuidado constante” sobre os critérios, os modelos, os seus locais de preferência, “o estilo de vida notório no meio do Povo de Deus”.
“Nada é inócuo. Os sinais que emergem do nosso modo de viver têm mais força do que as palavras que pronunciamos”, realçou, lembrando que o Papa Francisco exortou os sacerdotes sobre a “necessidade de anunciar o Evangelho”, na sua viagem ao Canadá, em novembro de 2022, e desafiou a “tornar Jesus Cristo conhecido, o testemunho de vida e a fraternidade”.
No contexto da edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, de 1 a 6 de agosto deste ano, em Lisboa, o bispo diocesano, que citou o Papa Francisco na Exortação Pós-sinodal ‘Cristo Vive’, pediu aos sacerdotes que na sua missão pastoral tenham “uma atenção privilegiada para os jovens” nas suas comunidades, e que estabeleçam com eles itinerários de experiência de vida cristã que “ofereça o reconhecimento de Jesus Cristo vivo”.
No final da Missa Crismal, onde foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma, D. João Lavrador manifestou a sua gratidão e estimo aos sacerdotes pelo seu trabalho e apontou para a “hora difícil que não acabou, nem vai acabar tão depressa”.
“Precisamos de erguer a cabeça”, realçou, lembrando a expressão popular ‘cabeça erguida e peito aberto’ para “enfrentar as dificuldades.
“Todos sabemos, apesar dos nossos pecados, apesar das nossas deficiências, estamos a ser aproveitados para outros fins. Portanto, vamos enfrentar com coragem”, desenvolveu, salientando a importância de serem presbitério e “família uns com os outros”.
O bispo de Viana do Castelo começou a Missa Crismal, transmitida online, a fazer memória de quem não estava presente na celebração, os sacerdotes falecidos desde a celebração da última Páscoa e quem se encontra doente, destacou os padres que celebram as suas bodas jubilares de 25, 50 e 60 anos de ordenação presbiteral, e a ordenação de três novos sacerdotes para a diocese, em julho.
CB