Viana do Castelo: Senhora d’Agonia é uma romaria que «dá sentido à dor»

D. Antonino Dias, natural da diocese, presidiu à Missa desejou «muita saúde» e uma festa «feliz em dinamismos de conversão e santidade»

Viana do Castelo, 20 ago 2021 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias, presidiu hoje à Missa da Romaria da Senhora d’Agonia, em Viana do Castelo, e convidou as pessoas a entrarem “no próprio espaço interior” e celebrar “a festa que dá sentido à dor”.

“Aqui estamos não para celebrar a festa da dor sem sentido, mas para celebrar a festa que dá sentido à dor; para louvar e agradecer, para rezar por nós e por todos os seus devotos, por todos quantos têm hoje aqui o seu pensamento, ou aqui vieram e aqui estão, de perto ou de longe, com devoção e confiança”, afirmou na homilia, no Santuário de Nossa Senhora d’Agonia.

Na celebração, transmitida online, D. Antonino Dias assinalou que a imagem da Senhora da Agonia tem sido, ao longo dos tempos, “testemunha da oração, da voz suplicante dos humildes de coração”, e as pessoas dirigiram-se em “júbilo agradecido, outros amargurados pelas doenças, outros ainda amargurados no espírito pelo pecado ou adormecidos na fé”.

“Hoje e aqui recolocamos no coração da Senhora todos os seus pedidos e ações de graças, bem como rezamos pelas autoridades civis e religiosas, por todos quantos contribuem na diversidade de setores para o desenvolvimento, a segurança e bem-estar do povo”, acrescento bispo natural da Diocese de Viana do Castelo.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco alertou que hoje não faltam pessoas a “levantar cruzes para destruir os irmãos”, e existem multidões de pessoas “amordaçadas e sem esperança”, muitas pessoas “para quem a primavera deste terceiro milénio ainda não trouxe o sol, nem andorinhas, nem flores”.

O presidente da Missa festiva em honra da Senhora d’Agonia questionou os presentes sobre o que iam oferecer à Senhora e destacou que no “próprio espaço interior” cada um não terá “dificuldade em encontrar a melhor prenda”.

Neste contexto, sublinhou que a Senhora d’Agonia “apreciará mais” a oferta pessoal “generosa” e partilhou várias sugestões, como uma “maior coerência de vida, de alegria e testemunho”, a honesta e dedicada colaboração “na construção da pólis, uma sociedade mais humana, porque mais justa e intelectualmente habitável”, ou uma “prática de fé mais assídua, inserida na comunidade cristã”.

D. Antonino Dias assinalou que o cristianismo “não é uma opinião de quem quer seja”, não consiste em palavras vãs, nem pode ser adaptado “à porventura desleixada forma de viver” e afirmou que os cristãos “têm de ser sal”, não perdendo “aquilo que o identifica, as boas obras que dão sabor à vida”.

Neste âmbito, destacou que a comissão de festas da romaria de em honra da Senhora d’Agonia usou duas toneladas de sal para criar tapetes onde homenagearam a mulher da ribeira, à qual a Igreja também se associa “com muito gosto e igual reconhecimento”.

As festas em Viana do Castelo nasceram da devoção dos pescadores que do mar avistavam em terra a igreja da Senhora d’Agonia, a quem pediam proteção; Em situações normais, como momentos altos destacam-se as procissões à cidade, onde a imagem da Senhora d’Agonia, acompanhada de outros andores, percorre as ruas de Viana, e a procissão ao mar.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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