A cidade de Viana do Castelo fervilha nos preparativos para viver os principais números da Romaria de Nossa Senhora da Agonia, numa expressão maior da etnografia e da religiosidade do Alto Minho e, em particular, dos pescadores.
Concentrada em três dias, de 20 a 22 de Agosto, a Romaria inicia-se este ano, precisamente, no Dia da Senhora que é igualmente feriado municipal.
No coração da festa, altominhotos e forasteiros são desafiados a viver um dia pleno de acontecimentos.
Tentando traçar um roteiro, o dia deve começar com uma visita às cinco ruas atapetadas, com sal colorido e flores, para a passagem, à tarde, do andor de Nossa Senhora da Agonia.
Visitada a comunidade piscatória, deve o romeiro dirigir-se para uma das principais artérias da cidade para poder assistir ao desfile da mordomia.
Centenas de moçoilas, da cidade e das aldeias do concelho, envergando trajes de mordoma, morgada e luxar (vermelhos, azuis e verdes) percorrem a cidade para apresentar cumprimentos às autoridades: começam no Governo Civil, passam pela Câmara Municipal e terminam da Cúria Diocesana a saudar o novo Bispo da Diocese.
Cabeçudos e gigantones, zabumbas e zés p’reiras são uma marca da romaria que na revista ao meio-dia desafiam a sanidade dos ouvidos de qualquer um, quando os grupos se desgarram a bater nas peles dos bombos.
A Praça da República costuma encher e as palmas marcam o maior ou menor agrado do público diante dos diferentes grupos.
Considerando-se dos mais curiosos que vão estar nesta Romaria, D. Anacleto Oliveira, que este fim-de-semana tomou posse como Bispo da Diocese de Viana do Castelo, preside,
ao início da tarde (14h30) à concelebração eucarística campal, no espaço fronteiro à Capela de Nossa Senhora da Agonia de onde sai a Procissão ao Mar. No Cais, o Bispo da Diocese abençoa o mar e as embarcações, seguindo-se a procissão com o andor de Nossa Senhora a bordo de uma embarcação de pesca.
Paulo Gomes/«Diário do Minho»