Viana do Castelo: Partilha de bens por parte da Igreja deve ser separada da conversão religiosa, sublinha bispo

Renúncia quaresmal vai em partes iguais para Fundo Social Solidário, Santuário de Nossa Senhora da Peneda e Casa Sacerdotal da diocese

Viana do Castelo, 15 fev 2012 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo sustenta que a oferta de bens por parte da Igreja não implica que os beneficiados devam converter-se ao catolicismo.

Na mensagem para a Quaresma e Páscoa enviada à Agência ECCLESIA, D. Anacleto Oliveira pede aos fiéis para não cederem à “tentação do proselitismo, exigindo a fé em Deus como moeda de troca pelo bem” feito pela Igreja.

O responsável critica os “casos extremos” de pessoas que se “aproveitam” dos bens partilhados “sem deles realmente necessitarem ou até – o que ainda é pior – para alimentar vícios que são prejudiciais, a elas e aos outros”.

O prelado salienta que a ajuda da Igreja às pessoas “realmente carenciadas” não pode restringir-se aos bens materiais, devendo levá-las a acolher “esse maior dom, que é Deus”. 

“O exemplo mais convincente é o da caridade”, porque nela se “revela o amor extremo de Deus”, “experimentado ao vivo” pelos destinatários do bem, a quem dessa forma é “muito mais fácil falar-lhes de Deus e atraí-los para Ele”.

O documento anuncia que o Fundo Social Solidário ao cuidado da Conferência Episcopal Portuguesa vai ser um dos destinos da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo.

As receitas da renúncia, divididas em partes iguais, vão também reverter para o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, que a diocese precisa “como verdadeiro centro de espiritualidade cristã”, e para a Casa Sacerdotal, onde se pretende “proporcionar aos sacerdotes mais debilitados o conforto e o repouso de que necessitam”.

O responsável pela diocese minhota sediada 400 km a norte de Lisboa convida os fiéis a servirem-se do itinerário espiritual proposto na sua Carta Pastoral “Cristo em vós: a Esperança da Glória” para viverem a Quaresma e os cinquenta dias após a Páscoa.

A primeira parte, “Ao encontro comigo próprio”, é adequada à Quaresma, com o convite à conversão, enquanto que a segunda, “Ao encontro de Cristo”, que reflete sobre a ressurreição de Cristo, é adequada para o tempo que se segue à Páscoa.

A última secção, sobre o “testemunho vivo” que os cristãos devem dar “na Igreja e no mundo”, intitula-se “Com Cristo ao encontro com os outros”, sendo aconselhada para a proximidade do Pentecostes, período em que a Igreja assinala a efusão Espírito Santo pelos apóstolos reunidos em Jerusalém, segundo a Bíblia.

A Quaresma, que este ano começa a 22 de fevereiro (quarta-feira de Cinzas), é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

RJM

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Agência ECCLESIA

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