«Pastorear o rebanho do povo de Deus, anunciar o Evangelho e renovar todos os dias o sacrifício do Corpo e Sangue de Cristo» é a essência da missão do sacerdote, assinalou, ontem, D. José Pedreira durante a ordenação de três novos sacerdotes. Recordando ao André Filipe Gonçalves (Darque – Viana do Castelo), ao Custódio Manuel Branco (Cabreiro – Arcos de Valdevez) e ao Jorge Agostinho Silva (Bravães – Ponte da Barca) que participam da missão dos continuadores dos Apóstolos, o Bispo de Viana do Castelo frisou que este serviço aos homens, através da Igreja, exige «doação generosa e total, até ao limite das próprias forças». De entre as virtudes que um sacerdote deve possuir, sobretudo neste tempo marcado pela «secularização e indiferentismo religioso», o prelado destacou o «acolhimento» a todos os que «nos procuram», sejam crentes ou não crentes, praticantes ou não praticantes. Aliás, esta foi uma virtude cristã sempre importante na vida da comunidade do povo de Deus, como a Liturgia da Palavra recorda na atitude de Abraão e com maior evidência e pragmatismo mostra na atitude de Marta e Maria. Diante das novas situações e desafios que o mundo moderno apresenta, sustenta o prelado, a «formação intelectual» não pode ser descurada, muito menos, ainda, a «formação permanente espiritual, do coração, da vivência da fé e de todas as virtudes sobrenaturais», como, a «caridade sem fingimento», o «desprendimento dos bens materiais» e a permanente «pureza de intenções e de atitudes». Nem tão pouco podem ser descuradas as «virtudes humanas, sociais e de boas relações», chamou a atenção o bispo de Viana do Castelo, porque só uma «personalidade equilibrada, forte e livre» é capaz de «comportar o peso das responsabilidades pastorais», frisou. D. José Pedreira exortou os novos sacerdotes a viverem o amor à verdade, a lealdade, a integridade de carácter, a delicadeza de trato e o respeito por cada pessoa, o sentido da justiça, a honradez e fidelidade à palavra dada, à alegria e ao sentido belo do próprio projecto de vida. Numa Sé Catedral repleta, cuja assembleia era sobretudo composta por pais, familiares e amigos dos novos presbíteros, D. José Pedreira acentuou que a missão da Igreja continua a ser a de «dotar as comunidades cristãs de pastores zelosos, cuja mente e coração estão centrados em Jesus Cristo». «Pastores – explicou – dispostos a continuar a missão, contra ventos e marés, sem os atemorizar o desconforto ou sacrifício que a missão possa exigir». Num dia de grande alegria e de acção de graças para a Igreja e, em particular, para a Diocese de Viana do Castelo, por estes novos sacerdotes enviados em missão, o prelado recordou que todos são «responsáveis pelo anúncio de todas as vocações na Igreja». E, continuou, se é verdade que cabe à inteira comunidade esta tarefa, particular missão «cabe aos pastores dessas mesmas comunidades, aos animadores sectoriais da pastoral, aos grupos, movimentos e associações de fiéis leigos, às famílias cristãs e seus agregados». Porque, completou o prelado, cumpre-se a missão quando cada fiel é ajudado a descobrir e a viver a sua própria vocação na liberdade e levá-la a bom termo na caridade. D. José Pedreira terminou a homilia com um convite à oração pela «fidelidade apostólica de todos, e muito particularmente, destes novos presbíteros dados à Igreja» de Viana do Castelo.