D. Anacleto Oliveira destaca contributo dos idosos, hoje tantas vezes «menosprezados»
Viana do Castelo, 05 out 2015 (Ecclesia) – O programa da Diocese de Viana do Castelo para o ano pastoral 2015-2016, intitulado “Sede Misericordiosos”, vai dedicar especial atenção à família, sobretudo aos “mais frágeis” como os idosos e doentes.
Na sua nota pastoral, publicada através da internet, o bispo de Viana do Castelo realça a necessidade de cuidar mais daqueles que, pela sua debilidade, são muitas vezes “marginalizados e desprezados” por “uma sociedade programada para a eficácia” e para o “lucro”, como já denunciou também o Papa Francisco.
Referindo-se aos idosos, D. Anacleto Oliveira destaca o valioso contributo que muitos ainda continuam a prestar na sociedade em geral e particularmente na Diocese de Viana do Castelo.
“Mulheres e homens em idade de reforma” mas “que, com uma generosidade, dedicação e mesmo competência a todos os títulos admiráveis, se entregam, dentro e fora da Igreja, a tarefas muito variadas, com predomínio talvez para as de carácter humanitário”, frisa o prelado.
Para o bispo, estas pessoas “estão a viver a sua vocação de idosos”, também “como avós, no seio familiar mais restrito”.
“Cuidam dos netos, sobretudo quando os filhos estão ocupados em tarefas laborais. E transmitem-lhes aquela sabedoria, designadamente no campo da fé e vida cristã, adquirida pela longa experiência de vida e que tanto bem faz às gerações mais novas”, aponta o responsável católico.
Numa época em que os temas da família e do matrimónio cristão têm estado na ordem do dia, D. Anacleto Oliveira enaltece também “o testemunho da fidelidade matrimonial” que é dado pelos casais de idosos.
Citando uma mensagem do Papa Francisco, o prelado refere que se trata de um testemunho importante para os “jovens, que se cansam depressa” das suas relações.
Quanto aos doentes, o bispo de Viana do Castelo faz votos de que, a par dos serviços que já existem na diocese, de assistência e acompanhamento aos enfermos, “mais paróquias despertem para esta sensibilidade”.
“Procuremos levar-lhes o mesmo Senhor de um outro modo: presente e vivo na comunhão de amor com que nos relacionamos com eles e, tantas vezes, nos leva a procurá-los noutras ocasiões”, pode ler-se.
O tema da carta pastoral 2015-2016 é marcado por dois acontecimentos, o Ano da Misericórdia, que a Igreja Católica vai começar a viver em dezembro deste ano; e os 500 anos do nascimento do Beato Frei Bartolomeu dos Mártires (1515 – 1590), que foi arcebispo de Braga e serviu um território que atualmente integra as dioceses de Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real.
D. Anacleto Oliveira recorda o legado de misericórdia deixado pelo Beato Bartolomeu dos Mártires que, enquanto as forças lho permitiram, continuou a entregar-se incansavelmente aos mais débeis”.
“Pode dizer-se que viveu a sua fragilidade humana, até à exaustão, ao serviço dos mais frágeis, de todo o género, que a ele constantemente acorriam”, acrescenta o prelado, fazendo votos de que as comunidades locais saibam seguir este exemplo, ao longo do próximo ano.
JCP