Viana do Castelo: Minho vive tradição das procissões na Solenidade do Corpo de Deus

Colchas, flores e «adereços de fidalguia» acompanham passagem do Sacramento pelas ruas

Viana do Castelo, 26 mai 2016 (Ecclesia) – O capelão da Igreja Misericórdia de Viana, na Diocese de Viana do Castelo, assinala que a Solenidade vivida hoje, do Corpo de Deus, é ocasião para “afirmar o essencial” da fé de “forma muito festiva”.

Segundo o padre José Silva Lima, a procissão da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é afirmada, como as populações “gostam”, com “adereços de fidalguia, num cenário de enfeite de janelas, varandas, revestindo-se de colchas as moradias de todos os feitios”.

“Nas aldeias é o Senhor que sai aos caminhos; nas vilas é tempo para se entapetar ruelas para o Senhor passar e nas cidades é a procissão que mostra as opas das confrarias das catedrais, os seminaristas com trunfo do futuro e a devoção resguardada”, escreve num artigo de opinião para o Semanário ECCLESIA.

O sacerdote explica que na diocese do Alto Minho as procissões marcam a Solenidade do Corpo de Deus: “As procissões simples com os Meninos da Cruzada, ou outras organizações paroquiais eucarísticas, com as opas dos confrades do santíssimo e o pálio com a custódia mais ou menos valiosa e vistosa.”

Hoje, vão mostrar-se “o que valem” os grupos corais que participam e cantam, vão “dignifica-se” nas vestes que se envergam “e é um dos barómetros da devoção ao Santíssimo Sacramento” sendo, no ciclo anual, a procissão da aldeia (da povoação) “mais exclusivamente religiosa”.

Contudo, o padre José Silva Lima observa que atualmente as procissões “não exibem a pompa” de outros quando as aldeias “honravam o Senhor que as abençoava” e está dependente da pastoral que aí se desenvolve.

Já na religiosidade eclética o dia santo “continua a ser de muita devoção” que é visível em diversos fatores que têm “colorido, estética e intensidade” como “ponteiros indicadores”: “Pela riqueza das sedas que figuram nas janelas, pelos cânticos que são réplicas da intensidade da devoção que corre nas veias, pelas cores dos jogos florais que entapetam avenidas e adros.”

“O Corpo de Deus diz Pão sagrado, imprescindível para a vida no volver dos burgos, essencial na labuta quotidiana”, acrescenta ainda o capelão da Igreja Misericórdia de Viana do Castelo, na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA.

CB

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