Viana do Castelo: Manuscrito destinado a embrulhar sabão era um testamento de frei Bartolomeu dos Mártires

Documento integra a exposição sobre os 500 anos do seu nascimento

Viana do Castelo, 20 jul 2015 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo recebeu de oferta o primeiro testamento do Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires, na cerimónia de encerramento das comemorações jubilares dos 500 anos do nascimento do antigo arcebispo de Braga.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Diocese de Viana do Castelo revela que o prelado vianense, D. Anacleto Oliveira, foi “surpreendido” com a oferta que “recebeu e tocou com emoção”, na abertura de uma exposição retrospetiva das diversas atividades desenvolvidas durante o Ano Jubilar.

A oferta de uma médica local vai enriquecer o espólio diocesano do Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires.

A leiga Maria de Lurdes revelou que o testamento estava numa mercearia de Lisboa “pronto para embrulhar sabão” quando foram encontradas por um alfarrabista de Coimbra e confessou que era difícil libertar-se dele mas preferia fazê-lo em vida.

O monsenhor Sebastião Ferreira explicou que existem “cinco versões" do testamento justificadas com situações de vida do antigo arcebispo de Braga mas frisou que “há apenas um testamento” no qual deixou ao Convento “tudo quanto possuia”: os livros impressos e manuscritos, algumas alfaias e a azémola que “é a única que não se preserva”.

O dia litúrgico do Beato Bartolomeu dos Mártires [18 de julho] começou com a inauguração da exposição que recorda cronologicamente alguns dos acontecimentos que marcaram a celebração dos 500 anos do seu nascimento, patente ao público até ao final do mês de agosto.

A Diocese de Viana do Castelo informa que os 12 painéis são fotografias de diferentes momentos de reflexão e divulgação da figura e obra do Beato, de trabalhos dos alunos de Educação Moral e Religiosa Católica dos Agrupamentos de Escolas Santa Maria Maior e do Pintor José de Brito.

Segundo D. Anacleto Oliveira a mostra tem o “condão de abrir para o muito que foi feito e não está contado” e vai levar cada visitante a associar as memórias das suas vivências.

A relíquia do beato português percorreu toda a diocese do Alto Minho e entrou em “cada igreja paroquial”.

O bispo de Viana do Castelo considerou ainda que este ano especial permitiu conhecer e aprofundar a devoção e destacou a “esperança” do Papa Francisco “elevar à santidade” o Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires, figura da Igreja universal.

No sábado dia 18 de julho foi também apresentada a nova identidade gráfica e visual da Diocese de Viana do Castelo, que nasceu das vivências do Ano Jubilar.

O designer Edgar Afonso explicou que é um meio para “gerar forças identitárias” que reforcem a construção do povo de Deus que vive naquele território.

“O logótipo, com um fundo dourado, numa evocação das ricas talhas douradas, tem ao centro uma cruz, inspirada na cruz processional que o Beato oferecia a cada paróquia, na visita pastoral, e dez pontos em círculo com linha dupla entrelaçada”, informa o comunicado, explicando que são os dez arciprestado da diocese e as linhas aludem ao “bordado de Viana”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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