Jornal «Notícias de Viana» recorda o antigo bispo, no contexto das celebrações dos 40 anos de fundação da diocese do Alto Minho
Viana do Castelo, 22 fev 2018 (Ecclesia) – O vigário-geral de Viana do Castelo afirmou que D. Armindo Lopes Coelho deixou na história dos 40 anos da diocese o desenvolvimento do Seminário e a aposta na formação e recorda o seu “humor fidalgo”.
Numa entrevista publicada na última edição do jornal Notícias de Viana no contexto das celebrações dos 40 anos de fundação da diocese, monsenhor Sebastião Ferreira recorda os anos em que D. Armindo Lopes Coelho foi bispo de Viana do Castelo, entre 1982 e 1997.
“Toda a ação pastoral de D. Armindo Lopes Coelho foi catalisada com a preocupação permanente do desenvolvimento das capacidades intelectuais do seu povo (clero e leigos), a fim de que o Evangelho que ele pregava encontrasse terreno propício ao acolhimento, enraizamento, crescimento e florescência”, disse o vigário-geral de Viana do Castelo, na atualidade e quando D. Armindo foi bispo da diocese minhota.
A criação do Instituto Católico de Viana do Castelo e a aposta no Seminário Diocesano, fundado pelo primeiro bispo da região, D. Júlio Tavares Rebimbas, são exemplos da prioridade de D. Armindo Lopes Coelho.
“O grande obreiro do Seminário Diocesano de Viana do Castelo foi, sem dúvida, o Senhor D. Armindo, cuja solicitude pastoral de Bispo recebia uma mais-valia, advinda da experiência de um ministério sacerdotal, académica e pastoralmente, dedicado ao Seminário e à divulgação da cultura católica”, considera monsenhor Sebastião Ferreira.
O vigário-geral da diocese recorda também a proximidade de D. Armindo Lopes Coelho a D. António Ferreira Gomes, afirmando que “era um devoto” do antigo bispo do Porto, e a inteligência do segundo bispo de Viana do Castelo.
“O Senhor D. Armindo tinha e manifestava, em todas as suas atitudes (homem formal e convicto, mas atractivo) e em todas as suas intervenções (litúrgicas, culturais, sociais e de circunstância) ditadas e/ou escritas, uma inteligência brilhante”, sublinhou.
“Como homem formal, tinha uma postura impecável”, recorda, valorizando o “humor elevado e fidalgo, a piada fina e o gesto preciso”.
“Foi assim que muitos lhe conheceram a bagagem intelectual e o coração nobre e inteligente”, acrescentou monsenhor Sebastião Ferreira.
O vigário-geral de Viana do Castelo lembra o poder de síntese que “sempre sabiamente dominava”, o que motivava muitos dos seus ouvintes e esperarem pelo fim de conferências ou intervenções “para lhe ouvir o seu encerramento sempre brilhante”.
“Recordo-o, pois, como um Bispo livre que dizia o que queria e com elegância, colocando, assim, a sua invulgar e brilhante inteligência ao serviço da Igreja”, referiu monsenhor Sebastião Ferreira em entrevista ao jornal Notícias de Viana desta semana.
D. Armindo Lopes Coelho nasceu a 16 de fevereiro de 1931, em Regilde (Felgueiras), distrito do Porto; ordenado sacerdote na Catedral do Porto a 1 de Agosto de 1954, foi bispo de Viana do Castelo 1982 a 1997, ano em que foi nomeado bispo do Porto, até 2007, vindo a falecer no dia 29 de setembro de 2010.
PR