Viana do Castelo: Diocese celebrou 40 anos com um «Campus da Gratidão» em Darque

O humorista Nilton foi um dos convidados desta jornada que dedicou especial atenção aos mais jovens e ao futuro

Foto Diocese de Viana do Castelo

Viana do Castelo, 28 mar 2018 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo promoveu este sábado e domingo em Darque uma jornada de celebração com todos os setores pastorais, inserida na celebração dos 40 anos da sua fundação.

Este ‘Campus da Gratidão’, que decorreu no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, foi aberto a pessoas das mais variadas faixas etárias e teve como ponto alto uma peregrinação até à Catedral de Viana do Castelo, presidida por D. Anacleto Oliveira.

“O ano passado foi o tema da alegria, há dois anos o da misericórdia, este ano é o Campus da Gratidão porque estes 40 anos são uma data muito significativa, em que a única atitude humana e cristão é a de agradecer”, assinalou o bispo

Na homilia da missa que marcou o programa desta atividade, D. Anacleto Oliveira pediu aos presentes para que “nunca se esqueçam” de olhar para a diocese como “uma família unida pelo amor profundo que se vai solidificando nestas atividades”.

O responsável católico destacou a importância que é preciso continuar a dar às paróquias e comunidades, e também a quem as anima, os seus sacerdotes e leigos.

Neste contexto, D. Anacleto Oliveira enalteceu todos os padres e casais católicos que este ano assinalam 25, 50 e 60 anos de ordenação ou matrimónio.

Os trabalhos destes dois dias contaram com a organização da Vigararia da Evangelização, Doutrina da Fé e Catequese, que preparou também “um Fórum Intergeracional de formação, de reflexão, de oração e de convívio”.

Um dos convidados para esta parte específica do programa foi o humorista e escritor português Nilton Rodrigues, que quis deixar aos mais novos sobretudo um desafio de otimismo e dinamismo para o futuro.

“Nós podemos escolher tudo na vida, e além da máxima que é obrigatória, que é a de sermos felizes, é realmente conseguimos alcançar o que quisermos”, salientou o também locutor.

Foto Diocese de Viana do Castelo – Nilton no “Campus da alegria”

Nilton quis também sublinhar junto dos jovens que ninguém consegue nada sozinho, nem mesmo os “ídolos” que arrastam atrás de si multidões e que marcam as capas dos jornais.

“Às vezes admiramos aquele cantor, mas ele tem produtores, tem bandas, tem tudo por trás, seja em televisão seja na internet. Estes jovens hoje têm um fascínio muito grande por tudo o que consomem, mas nunca devem descurar isto: há ali um trabalho de equipa, há ali um esforço muito grande e é um trabalho em tudo. Nada na vida se constrói sem trabalho e espero que essa mensagem tenha passado”, completou.

Num evento católico, tornou-se também incontornável falar de temas como Deus e a fé.

Para o humorista, independentemente da forma, “é sempre bom acreditar em algo”, porque isso impulsiona as pessoas para a frente.

Basta olhar para “as movimentações de tempos de fé no mundo”, que a Igreja Católica consegue concretizar, que acontecem porque “o ser humano tende sempre a buscar algo e a acreditar em algo que seja transcendente, que esteja para lá do que alcançamos”, realça Nilton.

Que também foi “criado a ir à Igreja e à missa todos os domingos religiosamente com os seus irmãos, e com a sua mãe”.

Presentes em Darque estiveram membros dos escuteiros, estudantes em Educação Moral e Religiosa Católica, animadores e elementos de grupos de jovens e catequistas, que tiveram oportunidade de participar em vários workshops.

Bernardino Silva, responsável por uma sessão de trabalho sobre a temática do ‘Dar-se’, salientou a abertura que os mais novos têm hoje ao envolvimento nos projetos da Igreja Católica ou em áreas como o voluntariado.

Mas para isso são necessárias estruturas cada vez mais preparadas para os receber e orientar.

“As organizações que estão associadas à Igreja por vezes não têm a capacidade de acolher jovens neste espírito”, apontou o membro da Comissão ‘Justiça e Paz’ da Arquidiocese de Braga.

O orador frisou ainda a importância de dar aos mais novos cada vez mais alternativas de formação, seja por exemplo no voluntariado missionário ou no de cariz mais cívico.

“Hoje este ‘dar-se’ não pode ser simplesmente porque somos boas pessoas. Precisamos de formação, precisamos de saber que periferias queremos ajudar, onde queremos ir”, sustentou.

Outras duas iniciativas de realce foram um painel intitulado ‘Somos Igreja (In)grata?!’, em alusão à comemoração dos 40 anos da Diocese de Viana do Castelo, que contou com a participação dos padres Jorge Cunha e Amaro Gonçalo, numa conversa moderada pelo jornalista António Marujo.

E um concerto alusivo à ‘gratidão’, com uma parceria ibérica: a cantora portuguesa Claudine Pinheiro e o cantor espanhol Jesús Cabello.

Foto Diocese de Viana do Castelo

Um artista cuja infância ficou marcada por uma doença grave e pela graça da cura, que levou uma “mudança de vida” ligada aos palcos e à transmissão, através da música, da Palavra de Deus.

Experiência que também quis levar aos jovens, durante a sua atuação.

“Na minha casa, nós sempre encarámos Deus como mais um membro da nossa família. E olhando para os pequenos detalhes, descobrir como Deus vai marcando o meu caminho, influenciando tudo, a minha vocação matrimonial, o meu trabalho, a minha música, cada passo que dou, e só posso dizer que estou muito agradecido”, completou Jesús Cabello.

HM/JCP

 

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