Viana do Castelo: Diocese avança com reorganização paroquial para combater desertificação demográfica

Agregação das comunidades católicas de Labrujó, Rendufe e Vilar do Monte faz parte de um projeto que se vai estender a outras zonas da região

Viana do Castelo, 25 jan 2013 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo avançou para a agregação das comunidades católicas de Labrujó, Rendufe e Vilar do Monte, como passo inicial da reorganização paroquial que vai ser implementada no território.

Na Provisão Canónica redigida para o efeito, enviada quinta-feira à Agência ECCLESIA, o bispo vianense, D. Anacleto Oliveira, explica que a medida pretende responder à desertificação populacional das comunidades rurais, sobretudo no que diz respeito às “gerações mais novas”.

“O pastoreio das comunidades demasiado pequenas requer outro tipo de tratamento pastoral, tendo em conta os seus direitos de cristãos, mas também a dignidade e responsabilidade que as ações litúrgicas requerem, de modo muito particular a celebração da Eucaristia dominical”, sustenta o prelado.

As paróquias de Santa Maria de Labrujó, Divino Salvador de Rendufe e São João Baptista de Vilar do Monte, do arciprestado de Ponte de Lima, vão passar a ter “uma única missa em cada domingo e dia santo”, e “o serviço litúrgico ao altar e à celebração (leitores, acólitos, cantores) ”, deverá ser assumido e assegurado, com preparação prévia, por pessoas das três comunidades”.

D. Anacleto Oliveira pede aos fiéis que encontrem a melhor forma de centralizar o culto litúrgico, quer reunindo num dos “templos paroquiais que melhor lhes proporcione a participação na celebração da Santa Missa”, ou, em alternativa debatida com o pároco, definindo um calendário rotativo para “cada um dos templos paroquiais”.

A escassez de juventude naquelas três localidades vai também obrigar a uma concentração dos grupos de catequese de primeira infância.

“As poucas crianças que existem em cada uma das três paróquias devem ser levadas pelos pais ou outras pessoas responsáveis pela sua educação a um centro de catequese próximo, de acordo com a organização pastoral do arciprestado”, indica o prelado.

Apesar destas alterações, o bispo de Viana do Castelo salienta que cada uma das três paróquias vai continuar a manter a sua “personalidade jurídica”, organização socioeconómica e vivência próprias, quer em termos de usos e costumes quer também no que diz respeito às festas tradicionais, que serão celebradas nas igrejas respetivas.

A agregação das comunidades católicas de Labrujó, Rendufe e Vilar do Monte vai ao encontro das pretensões da Câmara Municipal de Ponte de Lima, que propôs a associação daquelas freguesias que, juntas, contam com pouco mais do que 400 habitantes.

A saída de muitos casais novos da região, em busca de novas oportunidades de trabalho e de melhores condições sociais, e também o “crescente secularismo” que torna as pessoas “indisponíveis para o religioso e para o espiritual” alterou a realidade das 291 freguesias que compõem o Distrito e a Diocese de Viana do Castelo.

O projeto de reconfiguração vai prosseguir para contrariar diferenças entre um litoral onde “algumas paróquias são exageradamente grandes” e um interior onde existem comunidades “demasiadamente pequenas”, com “um número reduzido de famílias”, assegura D. Anacleto Oliveira.

JCP

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