«Conhecemos melhor o bispo, ele é uma pessoa mesmo incrível», diz Iris Cerqueira, do grupo de jovens «Pedras Vivas»
Ponte de Lima, 15 jul 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo e jovens participaram no 1.º Acampamento Juvenil Diocesano, durante cinco dias, em Ponte de Lima, com um balanço “extremamente positivo”.
“É um momento único para a pastoral juvenil e, por isso, é de aproveitar e de incentivar realmente estes momentos, para o encontro, para proporcionar algo diferente que não é o quotidiano, para colocar os jovens mais num encontro entre uns e outros, naturalmente proporcionando-se também um encontro com Jesus Cristo e com a própria Igreja”, disse o bispo de Viana do Castelo, em declarações à Agência ECCLESIA.
O ‘JUBIGO – Juventude a Caminho do Jubileu Diocesano’, decorreu entre quarta-feira e domingo.
Íris Cerqueira, do Grupo de Jovens ‘Pedras Vivas’, da Paróquia da Correlhã, em Ponte de Lima, participou no JUBIGO “para conhecer pessoas novas”, para se divertir e para partilhar memórias “com as outras pessoas”.
“Vim também para aprender muito e para mostrar que a Igreja não é só rezar, Missa e outras atividades. Também temos outras atividades que estão fora”, realçou, à Agência ECCLESIA.
Gabriel Lima, também do Grupo de Jovens ‘Pedras Vivas’, explicou que foram “duas coisas principais” que o motivaram a participar no primeiro Acampamento Juvenil Diocesano de Viana do Castelo, a “caminhada com Deus e o grupo que ajuda em tudo”.
“O que me motivou foram várias coisas: o facto de estar em missão e mostrar que nós podemos, que nós conseguimos. O nosso grupo, que é um grupo extraordinário, somos muito unidos, existe sempre aquela discussão que é uma coisa muito normal, mas daqui a algum tempo é motivo de riso e de conversa”, acrescentou o jovem de 16 anos, que também esteve na Jornada Mundial da Juventude, que “foi uma dimensão muito diferente”, mas lembram-se “sempre”.
Segundo a diretora do Secretariado Pastoral Juvenil da Diocese de Viana do Castelo,Vera Fernandes, houve “uma resposta muito positiva” e o balanço do primeiro acampamento diocesano da juventude “é extremamente positivo”.
“Não sabíamos as expectativas destes jovens, que nos surpreenderam ao mais alto nível, porque as conversas que nós íamos tendo, nós tivemos momentos de oração, tivemos momentos de partilha, de caminhadas, íamos conversando, íamos ouvindo os jovens que iam conversando entre si e, de facto, as opiniões deles, eles próprios diziam que não acreditavam que era algo tão fixe. A palavra deles foi, ‘eu não pensava que isto era assim tão fixe’, explicou.
Com 16 anos, Ana Teresa Pisco, afirma ter vivido “uma experiência gratificante” que prometeu envolvê-los “de uma forma muito, mas muito intensa com Deus, e é tudo genuíno e muito pessoal”.
“Eu acredito que vim ao JUBIGO para fortalecer as minhas amizades, que fui formando ao longo dos anos, e em simultâneo também me aproximar de Deus de uma forma mais coletiva e também pessoal”, desenvolveu a jovem do grupo ‘Pedras Vivas’ da Correlhã.
O ‘JUBIGO – Juventude a Caminho do Jubileu Diocesano’ realizou-se de 10 a 14 de julho, com 95 pessoas inscritas. O acampamento instalou-se na Escola Básica António Feijó e D. João Lavrador viveu esses quatro dias com os jovens, “desde o primeiro minuto do acampamento até ao último”, sem assumir mais nenhuma atividade. “Foi uma experiência incrível. Conhecemos melhor o bispo, ele é uma pessoa mesmo incrível, é muito simpático. E podemos também partilhar memórias com ele e ele também pode partilhar certas vivências que teve”, comentou Íris Cerqueira. “Com os jovens não pode ser de outra maneira. É o que nós chamamos de uma pastoral de acompanhamento, não podemos acompanhar melhor do que estar: Estar numa tenda como eles, fazer as mesmas atividades que eles, participar em tudo o que são, nos seus momentos mais lúdicos, nos seus momentos de oração. Naturalmente, sabendo eles que podem ter em mim um amigo, um confidente, onde eles podem trazer as suas preocupações e, realmente, ao longo destes dias, já algo muito belo foi acontecendo com estes jovens”, acrescentou o bispo diocesano. O ‘JUBIGO’ teve no programa um momento específico para o encontro entre o bispo de Viana do Castelo e os jovens, e D. João Lavrador ajudou-os “a reconhecerem o que é o valor de um grupo de jovens ou de participarem num movimento juvenil”, e fez duas perguntas: “Quais são os vossos sonhos sobre o que seria a Igreja para corresponder mais às vossas expectativas? O que é que estais dispostos a dar de vós para concretizar essas expectativas?” “É curioso, eles querem participar, nas respostas àquelas perguntas que eu fui fazendo, vários grupos disseram, ‘conte connosco, nós queremos participar e queremos participar ativamente’; também vários disseram, ‘não é preciso nós estarmos em atividades que sejam só nossas, nós podemos realmente, com a nossa força juvenil, estar nas atividades gerais da nossa paróquia’, recordou. Íris Cerqueira, do grupo de jovens ‘Pedras Vivas’, da Correlhã, afirmou essa disponibilidade e vontade, porque se há “alguém que deve mudar a Igreja são os jovens, porque é a próxima geração”, “Os jovens dão sempre um alento, dão um ar diferente à Igreja. As pessoas mais de idade, agora vai mudando, mas as que estão mais introduzidas na Igreja gostam de ver esta juventude a entrar nas portas da Igreja. E vir aqui é uma forma de mostrar que nós estamos cá, que nós conseguimos e que nós fazemos”, desenvolveu Gabriel Lima, do mesmo grupo de jovens.
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O programa do ‘JUBIGO – Juventude a Caminho do Jubileu Diocesano’ levou os participantes a conhecerem três arciprestados: Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima.
“O nosso primeiro ponto foi sempre um equilíbrio entre a reflexão, a partilha em grupos, a partilha também entre grupos, que eles não se conheciam. E, também, um grande aspeto foi a questão cultural. Nós vamos fazer um itinerário que é proporcionar a estes jovens que se inscrevem no JUBIGO, que conheçam a sua própria diocese. Já que nós vamos celebrar os 50 anos em 2027, muitos dos jovens não conhecem a grande parte dos arciprestados. Claro que nós não podemos dizer que em três dias eles vão conhecer os arciprestados na sua totalidade. No entanto, ficam já com uma ideia da sua cultura, da sua história”, explicou Vera Fernandes.
Neste primeiro acampamento, por exemplo, em Ponte da Barca conheceram o Mosteiro de Bravães, à noite um arraial minhoto, e “foram os primeiros até a entrar na roda da dança”, em Arcos de Valdevez, fizeram uma Via Lucis em Sistelo, e conheceram o ‘Recontro de Valdevez’, enquanto em Ponte de Lima, para além de uma tarde cultural, tiveram atividades no Rio Lima e um concerto-oração com a Banda Missio.
A Eucaristia matinal, “todos os dias no acampamento às 07h30, exceto no domingo, era “facultativa” mas, acrescentou a diretora do secretariado de pastoral juvenil, “é curioso é que foram os próprios jovens que se colocaram de pé super cedo, muitos deles antes da alvorada, com uma música”.
“Partia deles e não da indicação da própria responsável, o que é um aspeto extremamente positivo”, observou.
No acampamento ‘JUBIGO’ a edição portuguesa da Jornada Mundial da Juventude, realizada há quase um ano, de 1 a 6 de agosto de 2023, em Lisboa, também esteve presente e Vera Fernandes destacou que os participantes jovens do acampamento “foram todos às Jornadas” e andavam com “t-shirts da Jornada Mundial da Juventude”.
“Significa que foi um evento que aconteceu em Portugal, mas que não parou, portanto eles continuam também a vivenciar essas experiências de partilha, de comunhão entre os jovens”, realçou a diretora do Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil.
“Foi também uma experiência memorável. Tenho muitas memórias para contar, por exemplo, aos meus filhos. E espero ir para os próximos anos, ir ao Jubileu, para o próximo ano. Aprendi muito sobre a vida, sobre Jesus, sobre tudo”, disse Iris Cerqueira.
Para Ana Teresa Pisco, esta “foi uma experiência incrível, algo mesmo único e mágico”.
A diocese católica do Alto Minho, através do seu Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil, vai continuar a dinamizar o JUBIGO até 2027, quando celebram o jubileu dos 50 anos da criação da diocese: em 2025, o acampamento realiza-se e, agosto, e vão estar nos arciprestados de Valença, Monção, e Melgaço, em 2026, em Vila Nova de Cerveira, e vão terminar em Viana do Castelo, em 2027.
CB/OC