Viana do Castelo: Bispo incentiva ao perdão, a Obra de Misericórdia das «ofensas em atos de amor»

Diocese do Alto Minho viveu procissão do encontro no início da Semana Santa

Viana do Castelo, 21 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo alertou para a dimensão do perdão, da Obra de Misericórdia de “perdoar as injurias”, que “pode transformar as ofensas em atos de amor”, na Eucaristia do Domingo de Ramos, na Sé.

“A Semana Santa é tempo para celebrarmos o perdão de Deus e para o deixarmos entrar nas nossas vidas, que é algo difícil, mas possível. Quando o conseguimos, as ofensas, injúrias e humilhações de que somos vítimas podem converter-se em atos de amor, porque é no perdão que o amor é mais autêntico. E o mundo bem precisa de perdão”, explicou D. Anacleto Oliveira, este Domingo de Ramos, início da Semana Santa.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o prelado sobre a Obra de Misericórdia “mais difícil de realizar”, mas “mais grandiosa”, disse que, “em primeiro lugar”, as pessoas são o “causador dessa dificuldade” porque, muitas vezes, ao serem ofendidos na sua vida, na sua integridade, “não é fácil não guardar ressentimento”, à qual acresce a “dificuldade” de saber “se a pessoa aceita o perdão”.

Neste contexto, destacou a oração de perdão de Jesus – «Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem» – que São Lucas colocou no centro do Evangelho de ‘Domingo de Ramos’ e que “continua a oferecer hoje”.

Segundo o secretariado diocesano de Comunicação Social de Viana do Castelo, a celebração começou na igreja da Misericórdia com ‘Bênção dos Ramos’ e, depois, os fiéis dirigiram-se para a Sé, onde entraram pela Porta Santa.

Durante a tarde, as ruas da cidade acolheram a «Procissão de Passos», presidida pelo bispo diocesano que afirmou que a misericórdia é a “expressão da relação visceral” que existem com o outro.

A procissão com o andor do Senhor dos Passos saiu da Catedral, depois da Oração de Vésperas, e encontrou-se com “sua mãe, Maria”, na Praça da República.

D. Anacleto Oliveira, na sua alocução que partiu do texto do Evangelho de São Mateus sobre o “Juízo Final” (25,31-46), começou por perguntar qual a “relação entre os dois episódios” e recordou a visita a um doente, numa Visita Pastoral.

“O doente era um deficiente profundo, totalmente dependente. Com ele, estava a sua mãe que, voltando-se para o filho, disse: ‘Este é o meu Menino Jesus’”, contextualizou.

Segundo o prelado, a misericórdia “é o amor” dessa mãe pelo filho tal como o amor de muitas mães e de “muitas outras pessoas que se comovem diante das misérias dos outros”.

“Hoje vemos Jesus a precisar de uma Mãe que lhe dê coragem, de uma Mãe de Misericórdia”, concluiu D. Anacleto Oliveira.

O bispo de Viana do Castelo explicou a origem etimológica da palavra “misericórdia” e o seu significado em grego e hebraico para sublinhar que a misericórdia pode ser vista como “o sentimento que se traduz em atitudes concretas que são expressão da relação visceral com o outro”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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