Viana do Castelo analisou situação vocacional

Bispo diocesano contra alarmismos A situação vocacional da Diocese de Viana do Castelo «não é alarmante», reconheceu D. José Pedreira durante um encontro que reuniu perto de meia centena de animadores vocacionais em Arcos de Valdevez. Uma semana depois de ter ordenado um presbítero e três diáconos, o Bispo Diocesano disse que «a ternura que Deus vai manifestando » não permite que se sinta uma «crise profunda nas vocações», o que não «invalida» que se discutam as razões e motivos para o ambiente geral que se vive, explicou, revelando que a Diocese, aquando da sua criação, tinha 210 sacerdotes, um número que baixou para os 170 passados quase 30 anos. A falta de sacerdotes é compensada com as capacidades de anúncio que hoje existem nesta região, nomeadamente com um maior número de vias estruturantes e de uma rede mais capilar de vias municipais que abriram as comunidades. Nesta crescente diminuição do número de sacerdotes, D. José Pedreira lê um «alerta» para o «lugar do leigos na missão», uma vez que estes, em tempos de conforto vocacional, estavam «mais ou menos alheados dos seus direitos e deveres na evangelização ». «As nossas comunidades – prosseguiu o prelado – têm hoje uma riqueza que não existia há alguns anos fruto de leigos esclarecidos e empenhados porque formados na fé». O Encontro Diocesano de Animadores Vocacionais, sob o signo da Eucaristia, envolveu representantes de diversas congregações e institutos, que puderam dar testemunho dos carismas de cada um e da vocação pessoal. Natalidade é factor decisivo Para a falta das vocações foram sugeridas várias questões, desde o declínio da natalidade à falta de uma cultura propícia ao desenvolvimento de uma especial consagração, contudo o responsável local por este sector da pastoral, padre Luciano Forte, sublinhou que «falta compromisso sério com Cristo e com a sua Igreja», sustentando que «assim não vamos a lado nenhum». O diácono Paulo Emanuel, o próximo presbítero a ser ordenado este ano na Diocese, falou da Eucaristia como «fonte das vocações», começando por apresentar um diaporama, cujo principal desafio era a paragem na vida do dia-a-dia para ter tempo para rezar, e onde abordava as dificuldades que encerra levar por diante esta atitude. No desenvolvimento da sua reflexão colocou em destaque a necessidade da unidade para a construção da Igreja, a partir da reunião semanal do Dia do Senhor, pois de outra forma a Igreja não passaria de uma «casa cheia de coisas preciosas», mas «sem vitalidade». Nesta comunhão, à qual todos são chamados, cada um tem um contributo específico a dar à missão e a desenvolver no mundo, cada um consoante os dons recebidos. Aos sacerdotes recordou que é vital e constitui uma «pedagogia pastoral» levar uma vida que «deixe transparecer a beleza do sacerdócio ». Relativamente às vocações frisou a necessidade de construir uma capilar pastoral vocacional que envolva os estabelecimentos de ensino e recomendou que se estudem iniciativas «mais adequadas» para promover a oração pelas vocações.

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