Monte de Santa Luzia é o destino dos peregrinos neste domingo
Viana do Castelo, 28 jun 2014 (Ecclesia) – Na celebração jubilar dos 500 anos do nascimento de Frei Bartolomeu dos Mártires D. Anacleto Oliveira tenta transmitir um “ar de Deus às pessoas” na peregrinação diocesana a Santa Luzia que acontece este domingo.
“Vou com as pessoas a rezar, abro a procissão. Rezo, reflito e faço a caminhada, depois, uma vez que sou o primeiro a chegar, vou tentando transmitir às pessoas um ar de Deus”, afirmou D. Anacleto Oliveira em declarações à Agência ECCLESIA.
A diocese reúne-se nesta peregrinação que parte do centro de Viana do Castelo em direção ao Monte de Santa Luzia, numa distância que demora cerca de uma hora a percorrer, numa tradição já antiga, que nasceu de um pedido de ajuda por volta de 1920.
“É importante preservar estas tradições como é importante a identidade de qualquer pessoa. É evidente que somos pessoas históricas, isto é, aquilo que somos devemos ao passado.
Hoje faz parte da história desta gente e portanto da sua identidade. Por outro lado também recordam um momento de proteção de Deus, uma vez que a peregrinação invoca um pedido de ajuda, que foi atendido, para eliminar uma epidemia que se abateu sobre a cidade”, refere o bispo de Viana do Castelo.
Atualmente a sociedade sofre de outras epidemias, “económica, social e religiosa” mas o prelado salienta que hoje “privilegiamos as vertentes da pessoa humana” e atrás “desta identidade também faz parte a fé em Deus e a prática cristã”.
Com a diocese de Viana do Castelo a comemorar os 500 anos do nascimento de Frei Bartolomeu dos Mártires, figura de relevo na diocese e lá sepultado por sua vontade, D. Anacleto Oliveira considera que há marcas que servem os dias de hoje.
“A resolução do problema da distribuição dos bens eclesiásticos, um problema que a nossa diocese está a debater, a formação do clero e dos cristãos, foram preocupações que ele teve”.
A celebração de frei Bartolomeu dos Mártires tem marcado a diocese através de um percurso feito pelas relíquias que têm sido acolhidas em grande devoção, com o objetivo de promover o culto.
“Com vista à canonização esta visita das relíquias pretende promover o culto do beato Bartolomeu dos Mártires porque é fundamental para a sua possível e desejada canonização e é evidente que segue esta perspetiva.
Mas a minha preocupação principal é a dinamização que ele pode dar quer à Igreja quer à sociedade civil, que tem muito a aprender com ele sobretudo a sua preocupação visceral pelos mais desprotegidos e pelos mais pobres”, afirmou o bispo de Viana do Castelo.
A diocese, marcada pelo exemplo do Frei Bartolomeu dos Mártires, tem já delineado o tema da família para os próximos três anos pastorais.
“Nos 500 anos do nascimento olhamos para a família, na linha da maternidade/paternidade e da filiação, depois no ano seguinte, celebrando a morte de Frei Bartolomeu dos Mártires queremos focar a família nos mais idosos e nos avós e no ano que vamos celebrar 15 anos de beatificação trataremos do matrimónio, como sacramento e sua santificação”.
“Aliados às suas datas nestes três anos tratamos da família nestas suas três partes de existência”, adiantou D. Anacleto Oliveira.
LS/SN