Viana: Bispo explica legislação sobre bens da Igreja

Viana do Castelo, 09 out 2013 (Ecclesia) – D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo, publicou a nota pastoral, ‘Há mais felicidade em dar(-se)’, onde explica o decreto sobre a legislação da administração do bens temporais da Igreja diocesana, obrigatória a partir de 2014.

“Este período de regime facultativo tem servido para conhecer, além das normas em si, principalmente a sua necessidade e o fundamento teológico, eclesial e pastoral que as precede, a elas preside e nelas se reflete”, assinala o bispo da Diocese de Viana do Castelo.

O decreto promulgado por D. Anacleto Oliveira, em vigor desde março de 2012, “passará a ser obrigatório” em 2014, relembra a nota pastoral, dividida em cinco pontos.

No primeiro, explica como estes bens materiais, “desde a sua aquisição, passando pela administração e até aplicação se têm de inserir na vivência da fé e da comunhão que identificam” a diocese como Igreja de Cristo.

O título ‘dar e dar-se na vivência da fé’, foi inspirado em São Paulo, na passagem do livro dos Atos dos Apóstolos (20,35).

No segundo ponto, a pergunta ‘que possuis tu que não tenhas recebido?’ (1 Cor 4, 7) dá conteúdo ao título e revela que foi feita por São Paulo “a cada um dos cristãos de Corinto” que apoiavam quem consideravam ter “a verdadeira visão da mensagem do Evangelho”: Paulo, Apolo e Pedro.

Uma pergunta na época espiritual mas apresentada, agora, de uma forma genérica, adquire um “âmbito de aplicação muito mais vasto” porque pode “abarcar” todos os bens que se consideram necessários para viver: “Não são todos eles dádiva divina?”, questiona D. Anacleto Oliveira.

“Mesmo o que, entretanto, adquirimos por nossos meios: não são também eles, pelo menos na sua origem mais remota, dons recebidos?”, desenvolve.

O bispo, no terceiro ponto, explica que a frase de Jesus aos discípulos, “recebeste de graça dai de graça” (Mt 10, 8), quando os envia a “anunciar o Reino de Deus”, é extensível a todos os cristãos.

Nesta missão dos cristãos, “Ele tem de reinar em todos os que O anunciam e no modo como O anunciam”, para que nem com o sustento tenham de se preocupar: “Ele está garantido pela resposta de fé”, desenvolve D. Anacleto Oliveira.

Hoje, a Igreja “enquanto sediada na terra, precisa de bens materiais”, que segundo o bispo de Viana do Castelo “provêm de dádivas ou esmolas, principalmente dos seus fiéis”.

Os bens materiais da Igreja, “recebidos na vivência e como expressão da fé”, devem ser usados ‘ao serviço do dom da fé” e partilhados entre as diversas paróquias/comunidades da diocese.

A nota pastoral relembra que a Igreja determina que estes bens se destinam ao culto, à “honesta sustentação do clero e outros servidores”, a dinamizar obras de apostolado e a “exercer a caridade”, finalidades ligadas à missão da Igreja de “ensinar, santificar e governar”.

 “Acima de tudo o que possuímos, está Deus que no-lo deu, para o usarmos ao seu serviço. Só assim a nossa vida se vai dilatando, já neste mundo, àquela dimensão que tão felizes nos faz”, conclui D. Anacleto Oliveira.

CB

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