Secretário da Congregação para os Bispos convencido de que Portugal saberá «acolher» o Papa
O Arcebispo português Manuel Monteiro de Castro não receia eventuais polémicas que possam surgir na visita do Papa a Portugal.
“O Santo Padre está a realizar o que o Senhor lhe mandou, levar a mensagem a todos, e ele nisso tem sido muito preciso, em todos os países onde tem ido”, afirma o Secretário da Congregação para os Bispos, da Santa Sé.
D. Manuel Monteiro de Castro considera que Bento XVI “é um pai espiritual para a maior parte da população do país e um pai quer sempre o melhor para um filho”.
Por isso, o Arcebispo acredita que os portugueses vão saber fazer jus à sua fama de “povo acolhedor”.
“O povo português acolheu sempre bem toda a gente”, sublinha.
Em relação aos recentes escândalos de pedofilia envolvendo membros do clero católico, D. Manuel Monteiro de Castro defende a linha seguida pelo Papa e os seus mais directos colaboradores.
“O Santo Padre tem as coisas bem definidas e aplicam-se as normas que temos”, assinala o membro da Cúria Romana – conjunto de organismos que ajudam o Papa no governo da Igreja Católica.
Com um longo percurso diplomático ao serviço do Vaticano, o antigo núncio (embaixador) em Madrid recebeu o actual Papa em Valência, no ano de 2006, numa altura de tensão entre a Igreja Católica na Espanha e o governo de José Luis Rodríguez Zapatero.
D. Manuel Monteiro de Castro acredita que a situação em Portugal é diferente, apesar de medidas recentes do governo de José Sócrates, como a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, colidirem com os princípios defendidos pela Igreja Católica.
“A Igreja deu e continuará a dar um grande contributo pelo bem comum dos portugueses”, assinala.
O Arcebispo português diz que os católicos têm “uma mensagem para anunciar, para levar, para que as pessoas a possam ouvir, assimilar”.
“Estamos convencidos que está palavra é o melhor que temos para oferecer a cada pessoa, à família, à sociedade e ao mundo”, acrescenta.
D. Manuel Monteiro de Castro acompanhou Paulo VI a Fátima, em 1967, e recebeu João Paulo II em vários países, enquanto Núncio.
Apesar destas experiências, confessa-se “muito contente” por ter sido convidado por Bento XVI para acompanhar a sua primeira viagem a Portugal.
O Secretário da Congregação para os Bispos chegou ao Vaticano em Julho de 2009, vindo de Madrid, onde exercia as funções de Núncio de Espanha e Andorra.
Nascido a 29 de Março de 1938, foi ordenado padre em Julho de 1961, em Braga, e logo nesse ano deixou Portugal, para exercer funções na diplomacia do Vaticano.
Actualmente desempenha também a função de Secretário do colégio cardinalício, pelo que será um dos primeiros a ser chamado após a eleição do Papa, num futuro conclave.
Bento XVI visita Portugal de 11 a 14 de Maio, com passagens marcadas por Lisboa, Fátima e Porto.
Octávio Carmo, da Agência Ecclesia, em Roma