Via-Sacra ao vivo anima centro histórico de Braga

A Santa Casa da Misericórdia de Braga promove, amanhã, a partir das 21h30, a encenação da Via-Sacra ao vivo pelas ruas do centro histórico da capital minhota. A encenação, que se insere no âmbito das Solenidades da Quaresma e Semana Santa, vai ser animada pelo Grupo Gólgota, de Santa Maria da Feira, fundado, em 1991, pelo padre João Bezerra. O “Gólgota” voltou, em 2004, ao cartaz oficial da Semana Santa de Braga, a mais importante do país, depois de, em 2002, a encenação da via-sacra ter sido suspensa à última hora devido ao mau tempo. E vai ser numa envolvente especial, com a cidade vestida de roxo e com as ruas cheias de fiéis e turistas, que o grupo criado por aquele missionário passionista vai representar a sua Via-Sacra ao vivo. «Expressão cultural da espiritualidade passionista», o Grupo Gólgota possui no saeu elenco mais de cem pessoas, divididos entre o teatro, grupo de cantares e o grupo juvenil. O termo “Gólgota” (ou Calvário) está ligado ao seu carisma e ao missionário da Congregação da Paixão que o fundou. Por isso, pede-se que os seus elementos sejam, através do teatro, «anunciadores da vida do Nazareno», refere uma nota enviada ao Diário do Minho. Principal impulsionador do projecto da primeira Semana Santa da Vila da Feira, que arrancou em 1998, o Grupo marca presença habitual na Viagem Medieval e também já encenou “O padre que se drogou”, “Ser Passionista no Mundo”, “Santa Maria, Mãe do Tempo Novo”, “O Bailarino Santo” e “Filhos Pródigos”, peças da autoria do padre João Bezerra. O padre João Bezerra, natural de Santa Eulália de Gaifar, Ponte de Lima, viveu a sua infância na Cidade dos Arcebispos. Depois do seu ingresso na Congregação dos Missionários Passionistas, e de ter estudado em Espanha e Itália, regressou a Portugal. Fundou o Grupo São Paulo, em Barroselas, e a Associação da Juventude Passionista, em Santa Maria da Feira. Para o religioso, que actualmente vive em Viseu, a escrita e o teatro são as suas expressões predilectas. Nesse sentido, surgiram os textos que dão o mote às peças teatrais. «Não fazemos apenas “teatro pelo teatro”. As encenações são bastante interventivas a nível social, político, religioso e pessoal. Por isso, não se trata apenas de relatar de forma “nua e crua” os trechos do Evangelho, mas pretendemos transmitir determinados valores humanos e cristãos», referiu o padre Nuno Almeida, sacerdote que coordena o Grupo Gólgota. O missionário passionista também destacou que, em termos logísticos, o Grupo, que já encenou a Via-Sacra em Guimarães, transporta o guarda-roupa, cavalos (no ano passado foram cedidos pela GNR) e material de iluminação. No texto do desdobrável, concebido pelo cónego António Macedo, apresenta-se as personagens pela ordem de entrada em cena: homens do povo (falsas testemunhas), mulheres do povo (falsas testemunhas); mãe do menino ressuscitado; uma colega desta; Lázaro; soldados romanos; centurião romano; chefes do povo; sumos sacerdotes, Caifás e Anás; Jesus de Nazaré; mulher adúltera; mulher de Pilatos; Mãe de Jesus; Verónica; mulheres de Jerusalém; homem de Cirene; mau ladrão; bom ladrão; João; Maria Madalena; Maria de Magdala; cego curado; judeu; José de Arimateia; anjo; Jesus Ressuscitado.

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