Verão: ‘Jovens Sem Fronteiras’ dedicam 10 dias de férias à missão junto de comunidades pelo país, procurando colocar em prática «fé ativa»

Jovem João Passinhas participa pela segunda vez nas ‘Semanas Missionárias’, que tiveram início em 1986 e que este ano acontecem em Almada e Lamego

Lisboa, 04 ago 2025 (Ecclesia) – Os ‘Jovens Sem Fronteiras’ (JSF), movimento ligado à Congregação dos Missionários do Espírito Santo, promove este ano novas ‘Semanas Missionárias’ durante o verão, durante as quais se dedicam ao serviço junto de comunidades paroquiais, procurando concretizar “fé ativa”.

“Muitas vezes diz-se que os jovens fogem da fé, mas muitas vezes acho que não é isso que se trata, se calhar os jovens, principalmente como eu, procuramos uma fé que se ponha em prática, uma fé alegre que seja ativa e é, de facto, isso que nós encontramos os ‘Jovens Sem Fronteiras’ e principalmente nas ‘Semanas Missionárias’”, afirmou João Passinhas, membro do JSF.

Durante 10 dias, os jovens deixam as suas casas e partem em missão rumo a realidades diferentes das suas, essencialmente mais isoladas, onde visitam lares, instituições, casas e famílias.

João Passinhas participou pela primeira vez no projeto missionário em 2024, em Torre de Moncorvo, e explica, em entrevista ao Programa Ecclesia, transmitido hoje na RTP2, que os missionários recebem “muito mais” do que dão e que esta é uma experiência à qual é impossível ficar indiferente.

“Quando nos inscrevemos não sabemos de todo para onde é que vamos, não sabemos com quem vamos, mas é um bocado arriscar e confiar que vamos lá com um propósito e fazer o bem acima de tudo”, refere.

O jovem, que integra o JSF desde 2022 na paróquia de Monte Abraão, guarda as amizades que fez e a “ligação” que fica com a comunidade, destacando a “marca” deixada no território, seja através da limpeza de florestas ou do apoio nas Eucaristias diárias da paróquia.

“É sempre isso o nosso objetivo, é fazer a diferença, nós não vamos lá como simples visitantes, não vamos lá para visitar, não vamos de férias, vamos como testemunhas de fé que queremos fazer algo”, salienta.

O padre Pedro Fernandes, assistente da Pastoral Juvenil Espiritana, acredita que as ‘Semanas Missionárias’ mudam os jovens, uma vez que “descobrem que a sua vida é mais do que cuidar das suas próprias coisas” e se encontram numa posição de cuidadores.

“Essa experiência da hospitalidade recíproca acaba por ser extremamente construtiva e enriquecedora para a vida dos jovens e para a sua descoberta de si próprios e do sentido para a sua vida”, assinala.

As ‘Semanas Missionárias’ realizam-se desde 1986, tendo tudo começado em 15 de agosto, com os ‘Jovens Sem Fronteiras’ a rumarem a Jungueiros (Aljustrel), onde viveram com a comunidade e participaram na “apanha do tomate”.

O sacerdote dá conta que o número de ‘Semanas Missionárias’ depende da quantidade de jovens disponíveis para realizar a experiência.

“Procuramos que os grupos não sejam demasiado grandes, parece-nos importante que a presença dos jovens numa comunidade cristã não seja uma presença de massa, mas que torne possível uma comunicação pessoal”, indica.

Em 2025, os ‘Jovens Sem Fronteiras’ realizam missão na Cova da Piedade, em Almada, e em Lamego, sendo este último local o destino de João Passinhas, que decidiu repetir a experiência, que começa a dia 8 de agosto.

“A minha preparação começou a partir do momento que me inscrevi e é basicamente uma preparação mental de arranjar algo que queira fazer e queira deixar a marca e fazer a diferença”, relatou o jovem.

João Passinhas valoriza o facto deste projeto permitir sair da “zona de conforto” e ir ao encontro de realidades que jovens não estão habituados.

“É por isso que eu também dedico pelo menos estes 10 dias das minhas férias a isto”, realçou.

Também para o padre Pedro Fernandes, da região Sul dos JSF, esta é uma experiência marcante, evidenciando a interação com as pessoas em geral e os jovens em concreto” como “uma forma muito enriquecedora de experimentar a presença de Deus na Igreja”.

LS/LJ/OC

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