Projeto das irmãs Doroteias destinou-se a dar vida às «localidades mais isoladas» do país
Lisboa, 11 ago 2014 (Ecclesia) – Dezenas de jovens cristãos, entre os 17 e os 35 anos, reservaram parte das suas férias de verão para levarem “esperança, alegria e amor” a crianças e idosos da localidade do Mogadouro, na região de Trás-os-Montes.
Entre 1 e 10 de agosto, a missão decorreu naquela região da Diocese de Bragança, sob a orientação da congregação das Irmãs Doroteias.
Denise Cunha, uma das voluntárias que participou no projeto, viajou da Arrentela, Distrito de Lisboa, até Trás-os-Montes para “oferecer o seu tempo aos outros”, na “animação” dos mais novos e no apoio aos idosos, “que nesta altura estão mais sozinhos”.
“Esta experiência leva-nos a sair de nós próprios para irmos ao encontro dos outros, como Jesus fez na sua passagem pela terra”, salienta a jovem de 26 anos, que destaca a forma como a iniciativa também contribui para o crescimento dos próprios missionários.
São “10 dias de enriquecimento mútuo”, fora do ambiente quotidiano, numa terra distante, “com outros costumes, outras vivências”, em que o próprio “diálogo intergeracional” que acontece “faz com que ao darmos recebamos ainda mais”, sustenta Denise Cunha.
Para os jovens que seguiram para o Mogadouro, estas férias de verão em missão constituíram uma oportunidade de “descoberta interior” e dos “limites” de cada um, até da própria fé.
Isto porque “a recetividade” das pessoas “acaba” às vezes “por não ser tão grande, principalmente a nível dos jovens”.
“Com os jovens é mais difícil”, admite Denise Cunha, que no entanto acredita que são estes obstáculos que fazem com que a missão valha mais a pena.
Por isso mesmo, a voluntária missionária aproveita para deixar um convite a quem queira integrar o projeto das irmãs Doroteias para o tempo de verão: “Se tiverem oportunidade, arrisquem a fazer”, sublinha.
Do Porto seguiu Filipe Gonçalves, de 17 anos, para uma atividade que funcionou como “um desafio a si próprio”, para “dar um pouco de si às pessoas mais necessitadas”.
Normalmente este tipo de missão decorre em localidades mais isoladas, pouco povoadas, envelhecidas, onde os idosos quase “não têm com quem falar”.
“Muitas vezes, nem os familiares os vão visitar e a missão significa fazer um pouco esse serviço, deixar as pessoas felizes. Mesmo sem falarem, sorriem e tocam-nos, e são atos marcantes”, confidencia o jovem.
Além do projeto em Trás-os-Montes, subordinado ao tema “Ao serviço de um povo…”, as Irmãs Doroteias promoveram ainda outra missão na região do Algarve, mais concretamente na Quarteira, onde os jovens realizaram ações de evangelização na praia e pelas ruas.
SN/JCP