Verão: «As férias são um valor que a sociedade da corrida não preza corretamente» – D. Rui Valério

Bispo das Forças Armadas e de Segurança vai passar dias de descanso na sua aldeia natal

Lisboa, 05 ago 2019 (Ecclesia) – D. Rui Valério, bispo das Forças Armadas e de Segurança, considera que as “férias não são valorizadas corretamente” e aponta cinco itens pelos quais rege os seus dias de descanso.

“As férias são um valor que esta sociedade da corrida e da azáfama não valoriza nem preza corretamente e, numa perspetiva cristã, deve preenchido por cinco itens: tempo de espiritualidade e renovação, tempo de família, estudo desinteressado, leitura serena e atividade física”, explicou em declarações à Agência ECCLESIA.

O prelado aponta este dias de férias como uma renovação de espiritualidade, “podendo sair da rotina e da vivência habitual”.

“Nas minhas férias, na minha aldeia, em vez de recitar o breviário, dentro de uma capela ou numa comunidade religiosa como o faço habitualmente, nas férias, penetro na floresta e dou comigo, a partir a minha meditação, a olhar o pôr do sol e ali surgir um encontro com Cristo…”, conta.

Natural de Urqueira, na zona de Ourém, D. Rui Valério “não esconde” que gosta muito de praia mas “tudo o que é mar exerce um fascínio”.

Outro ponto que destaca para as férias é o tempo de família, “convivência e convívio”, recorda os emigrantes que regressam e mesmo “os que estão na cidade e vêm à província”.

“Vivo essa experiência quando vou à aldeia e por isso todos os dias estamos a ser visitados ou somos convidados a ir visitar quem veio de longe, seja do Canadá, dos Estados Unidos da América ou da Austrália”, refere.

O estudo desinteressado é o terceiro ponto que D. Rui Valério se compromete a cumprir nas férias estudando “um artigo ou livro de uma área que nada tem a ver com a área de trabalho e a função” e as leituras serenas, que este ano o prelado dedica à “obra de Ferreira de Castro”.

A atividade física é o último ponto a cumprir pelo bispo das Forças Armadas e de Segurança que sente como “fundamental durante o ano, quer na cidade ou aldeia”.

“Temos o tempo sempre cronometrado, um olho na vida e outro no relógio, e à ação física nem sempre lhe é dada o tempo e a atenção que merece… Nós temos magníficas estradas para andar de bicicleta, podemos praticar natação e boas caminhadas, que é isso que eu gosto”, confessa.

D. Rui Valério vai gozar as primeiras férias, como bispo, conseguiu “programar férias”, mas não dizendo não a nada, qualquer pedido ou solicitação, “mesmo em tempo de férias não deixo de ir, viver e presidir a determinados momentos a que fui convidado”, adianta.

O prelado vai presidir às festas de N. Senhora da Assunção, na Póvoa do Varzim, e de N. Senhora do Bonsucesso, na diocese da Guarda, bem como na sua aldeia,o prelado faz questão de estar nas festas da N. Senhora da Piedade, no segundo domingo de agosto.

“Estas presenças, em tempo de férias podem ser um primeiro anúncio, não sendo explícito passa por esta simpatia… Mas as pessoas também estão mais disponíveis para fazer aquelas reflexões que, ao longo do ano não há tempo, disponibilidade nem vontade para fazer… somos chamados pelas próprias circunstâncias a reentrar num certo nível de reflexão que não conseguimos ao longo do ano, as férias acabam por ser um tempo para descer a fundo neste mistério que é a própria existência”, justifica.

A entrevista a D. Rui Valério pode ser ouvida hoje, pelas 22h45, no Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública.

SN

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Agência ECCLESIA

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