Venezuela: Vaticano defende decisão de se fazer representar na tomada de posse de Nicolás Maduro

Porta-voz sublinha importância de manter trabalho bilateral, no «respeito pela dignidade humana»

Cidade do Vaticano, 14 jan 2019 (Ecclesia) – O Vaticano defendeu hoje a sua decisão de enviar um delegado oficial à tomada de posse de Nicolás Maduro como presidente de Venezuela, um novo mandato considerado “ilegítimo” pela conferência episcopal local.

“A Santa Sé mantém relações diplomáticas com o Estado venezuelano. A sua atividade diplomática visa promover o bem comum, proteger a paz e garantir o respeito pela dignidade humana”, referiu aos jornalistas o diretor interino da sala de imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti.

Segundo a declaração oficial, a Santa Sé decidiu estar presente através do encarregado de negócios “ad ínterim” da Nunciatura Apostólica de Caracas, ou seja, monsenhor George Koovakod.

O Vaticano sublinha que está a trabalhar com os bispos católicos da Venezuela para “ajudar o povo”, que sofre “as consequências humanas e sociais da grave situação em que se encontra o país”.

Nicolás Maduro tomou posse na última quinta-feira, sem o reconhecimento do Parlamento, entre críticas de vários países e organismos internacionais, incluindo os EUA e a União Europeia.

O atual secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, foi núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) em Caracas; em outubro, o arcebispo venezuelano D. Edgar Peña Parra assumiu funções como substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado do Vaticano, um dos cargos mais importantes deste dicastério.

O presidente da Conferência Episcopal Venezuelana. D. José Luis Azuaje Ayala, apelou à realização de uma “consulta para a eleição de novas autoridades”.

No discurso ao corpo diplomático, na última segunda-feira, o Papa desejou que se encontrem “vias institucionais e pacíficas para dar solução à crise política, social e económica” na Venezuela, “vias que consintam, antes de mais nada, prestar assistência a quantos são atribulados pelas tensões destes anos e oferecer um horizonte de esperança e paz a todo o povo venezuelano”.

OC

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Agência ECCLESIA

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