D. José Luis Azuaje Ayala alerta para falta de medicamentos e de comida
Lisboa, 16 fev 2018 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) alertou para uma “espiral” de violência e miséria no país sul-americano, lamentando as consequências da falta de medicamentos e de comida.
“É uma espiral que ameaça as vidas dos pobres, que são quase todos venezuelanos. É um drama que clama aos céus e não se consegue resolver”, assinalou D. José Luis Azuaje Ayala, em entrevista ao portal de notícias do vaticano.
O responsável refere que a Cáritas da Venezuela realizou um estudo que mostra uma “situação alarmante”: a percentagem de crianças subnutridas ronda os 15% e fala-se em cerca de 300 mil menores em risco de vida, por causa da fome.
“As pessoas comem o que encontram e, infelizmente, vemos cada vez mais pessoas todos os dias, revirando caixotes do lixo à procura de restos de comida. É uma realidade infeliz num país com tantos recursos naturais”, observa o presidente da CEV.
O bispo denuncia a “falta de medicamentos” e a “migração forçada”, acusando o Governo de Nicolás Maduro de ter promovido uma “alteração da ordem constitucional” e de ter usado a repressão para “silenciar e subjugar os cidadãos”.
“Há muitas pessoas que foram mortas em marchas e protestos, pessoas que, infelizmente, perderam a vida em busca da liberdade, por mãos de organismos de segurança do Estado. Encorajamos e promovemos que sejam garantidos os Direitos Humanos de todos os cidadãos, mas não podemos trabalhar sozinhos”, observa.
As eleições presidenciais na Venezuela foram agendadas para 22 de abril pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC).
“Se aderimos à atual Constituição, não podemos reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte”, sustenta D. José Luis Azuaje Ayala.
OC