Bispos reforçam críticas à Assembleia Constituinte
Lisboa, 07 ago 2017 (Ecclesia) – A rede de organizações católicas da América Latina e Caraíbas para as Migrações e Refugiados denunciaram em comunicado um êxodo “sem precedentes” da população venezuelana para países vizinhos.
A CLAMOR – Rede Latino-Americana e Caribenha para as Migrações, Refugiados e Tráfico de Pessoas, alerta para a “dura situação” que os emigrantes da Venezuela têm de enfrentar, ao fugir de uma “crise humana”.
As organizações católicas da região aludem à falta de medicamentos e alimentos, ao “colapso dos serviços públicos”, à inflação, violência e “graves violações dos Direitos Humanos”.
“Esta situação, que atenta contra a vida e a dignidade dos venezuelanos e venezuelanas, forçou milhares de pessoas a sair do país, numa diáspora sem precedentes na história democrática do país”, refere a nota da rede católica.
O padre Francesco Bortignon, scalabriniano, pároco em Cúcuta, no norte da Colômbia, refere à Rádio Vaticano que a situação da fronteira é “realmente difícil”.
“Existe uma fuga significativa de venezuelanos em direção à Colômbia ou com o sonho de chegar ao Equador, Chile e Peru”, especialmente nos últimos meses, ligadas em particular à questão da eleição da Assembleia Constituinte.
Já a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) agradeceu a posição tomada pelo Papa e a Santa Sé na última sexta-feira, num renovado apelo ao respeito pelos Direitos Humanos e pela suspensão da nova Constituinte.
D. José Luis Azuaje, vice-presidente da CEV, considerou que a Assembleia Constituinte, promovida pelo Governo de Nicolás Maduro e contestada pela oposição, foi uma “fraude”.
A Venezuela atravessa uma crise política e económica, com manifestações pró e anti-Maduro, que provocaram 120 mortos desde abril.
O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a Assembleia Constituinte traduz “um poder paralelo”.
OC