Organismos católicos apontam a processo eleitoral para uma transição política
Caracas, 04 fev 2019 (Ecclesia) – A Igreja Católica na Venezuela apelou hoje ao fim do que considerou uma repressão “moralmente inaceitável”, pedindo a convocação de eleições que permita uma transição política.
“É moralmente inaceitável a crescente repressão por motivos políticos, a violação dos Direitos Humanos e as detenções arbitrárias e seletivas”, refere um comunicado conjunto, divulgado em conferência de imprensa pela Conferência Episcopal Venezuelana, a Confederação de Religiosos e Religiosas da Venezuela (CONVER) e o Conselho Nacional de Leigos.
Os responsáveis católicos apontam a um “caminho de transição para um processo eleitoral”, que decorra de forma pacífica com os instrumentos presentes na Constituição, para evitar “maior sofrimento e dor para o povo”.
“Como cidadãos e servidores das comunidades, exigimos aos organismos de segurança do Estado que não continuem a reprimir os seus irmãos venezuelanos e assumam a sua verdadeira responsabilidade de proteger o povo”, pode ler-se.
A Igreja Católica denuncia uma “dolorosa situação de injustiça e sofrimento”.
Portugal reconheceu hoje a legitimidade de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela com a missão de organizar eleições presidenciais “livres e justas”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Santos Silva anunciou também que vai participar na primeira reunião ministerial do Grupo de Contacto constituído pela União Europeia, que integra países europeus e latino-americanos, na capital do Uruguai.
Nicolás Maduro, que tomou posse para um novo mandato presidencial, no início de janeiro – depois de vencer as eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, boicotadas pela oposição -, disse esta segunda-feira que escreveu ao Papa Francisco pedindo a sua ajuda e mediação na crise da Venezuela, durante uma entrevista ao canal de televisão italiano SkyTG24.
Francisco tem recusado apoiar qualquer das partes na atual crise política, considerando que tal seria “uma imprudência pastoral” e “causaria dano”.
A Igreja Católica pediu que as autoridades permitam o acesso da ajuda humanitária, disponibilizando a rede da Cáritas e das instituições de promoção social.
OC