Mérida, Venezuela, 03 jul 2016 (Ecclesia) – A Igreja Católica na Venezuela condenou hoje o clima de “intransigência” e “fanatismo” nas ruas do país, denunciando agressões físicas e morais cometidas contra seminaristas, que foram espancados e obrigados a caminhar sem roupa, em Mérida.
"A equipa de sacerdotes formadores do Seminário (de Mérida), quer fazer pública a condenação a este de situações que ocorrem com frequência na sociedade venezuelana", refere um comunicado da instituição, divulgado pela Conferência Episcopal da Venezuela.
O arcebispo de Mérida, D. Baltazar Porras, condenou a “total impunidade” com que atuam estes grupos “antissociais”, que fogem ao controlo das forças policiais, promovendo a “intransigência” e o “fanatismo”.
Segundo a Arquidiocese de Mérida, o ataque a cinco seminaristas ocorreu na passada sexta-feira, quando os jovens "foram agredidos, espancados e despidos nas proximidades dos bombeiros, por um grupo".
Várias testemunhas acusam os chamados ‘Coletivos de Paz’, afetos ao Governo, que circulavam em motociclos.
A Igreja Católica vai promover esta segunda-feira uma Eucaristia pela paz na Venezuela, na capela do Seminário de Mérida, "uma das mais antigas instituições" da cidade, 670 quilómetros a sudoeste de Caracas.
Segundo o comunicado, as agressões "refletem uma sociedade carente de valores” e “em descomposição", deixando um apelo "ao encontro constante na solidariedade do diálogo e a paz social".
OC