Venezuela: Fome e desnutrição infantil preocupam a Cáritas

Portugal entre os países que apoiam vítimas da crise

Lisboa, 07 jul 2017 (Ecclesia) – A Cáritas da Venezuela alertou para a situação de “mortalidade infantil e desnutrição” que afeta o país sul-americano, num clima de crise social e política agudizada pelos protestos de rua.

O Ministério Público da Venezuela confirmou esta terça-feira que 90 pessoas foram assassinadas na Venezuela desde Abril, no âmbito de protestos a favor e contra o Governo do presidente Nicolás Maduro.

Entre estes mortos há pelo menos 12 menores de idade.

A Igreja Católica tem vindo a pedir a abertura de um “canal humanitário” para que cheguem à Venezuela comida e medicamentos recolhidos noutras regiões.

“Perante uma crise tão delicada, qualquer ajuda é bem-vinda”, refere Janeth Márquez, presidente da organização, em declarações ao jornalista Carlos Zapata, publicadas no portal ‘Vatican Insider’ e enviadas à Agência ECCLESIA.

Segundo a Cáritas local, 68% das famílias da Venezuela estão forçadas a uma “privação nutricional”, que resultou num aumento do número de crianças em risco de fome.

Janeth Márquez admite que a instituição não tem possibilidade de oferecer respostas em grande escala, lamentando que existam menores em situação de “desnutrição severa”.

A Cáritas Portuguesa já ofereceu à congénere venezuelana a sua “solidariedade e disponibilidade” para ajudar a população daquele país, sobretudo os mais necessitados.

A organização católica está em contacto com a ‘Caritas Internationalis’ que se prepara para “acionar os mecanismos de apoio” às vítimas da instabilidade social, política e económica no país sul-americano.

A Cáritas da Venezuela tem promovido uma campanha denominada “panela comunitária” que permite oferecer uma refeição quente a populações em risco de fome, a cada sábado, tendo ajudado já mais de um milhão de pessoas.

O programa tem um custo de cerca de 200 mil euros mensais, apenas para adquirir alimentos.

A Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) manifestou hoje a sua preocupação perante a "crise humana" num país "à beira da rutura".

"Diante destes violentos e sangrentos confrontos, a CDL não pode deixar de expressar aqui a sua solidariedade para com as famílias e amigos dos desaparecidos ou mortos, e espera que a resolução da atual situação possa ser rápida e do agrado de todos", refere a instituição, em comunicado divulgado através da sua página na rede social Facebook.

OC

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