Episcopado católico publica nota em defesa da «dignidade da pessoa, a verdade, a justiça, o Estado de Direito, a liberdade e a paz»
Caracas, 10 jan 2025 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) publicou esta quinta-feira uma nota em defesa da democracia e do “Estado de Direito”, condenando a “perseguições por razões políticas”.
dirigindo-se ao país na véspera da data marcada para a posse do chefe de Estado.
“O povo da Venezuela, no exercício da soberania que lhe é garantida pela Constituição, manifestou, com a sua participação e voto nas eleições presidenciais de 28 de julho último, a sua opção clara e decisiva pela democracia. Esta decisão deve ser respeitada”, indica o documento, assinado pela presidência da CEV.
“No início deste ano jubilar, como pastores da Igreja, reiteramos o nosso compromisso de acompanhar o povo venezuelano nas suas alegrias e sofrimentos, e de contribuir, através da nossa ação evangelizadora quotidiana, para que reine no nosso país o respeito pela dignidade da pessoa, a verdade, a justiça, o Estado de direito, a liberdade e a paz”, escrevem ainda os bispos.
Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho de 2024, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral, mas a oposição divulgou atas eleitorais fornecidas pelos seus escrutinadores, apontando à vitória de Edmundo González Urrutia.
A CEV recorda as várias intervenções dos bispos católicos “sobre a realidade social, económica, política, cultural e ética do país, com o desejo de iluminar e acompanhar o povo”.
“Fazemo-lo também no início de um ano marcado por muitas interrogações e preocupações sobre o futuro da nossa nação, mas para nós, católicos, é também um Ano Santo, em que, fundados em Jesus Cristo, libertador da humanidade, e em comunhão com toda a Igreja, somos chamados a reavivar a esperança naqueles que vivem na pobreza e na doença, nos presos, nos migrantes e nos jovens”, acrescenta a nota.
A CEV convida as várias forças políticas a “colocar o bem comum acima dos interesses particulares ou partidários.
A nota foi divulgada na véspera da tomada de posse do presidente da Venezuela, tendo Maduro e González Urrutia anunciado a intenção de serem empossados como chefe de Estado para o mandato 2025-2031.
Esta quinta-feira, perante embaixadores dos cinco continentes, reunidos no Vaticano, o Papa apelou à libertação dos presos políticos e ao fim da violência.
OC