«Mudar completamente essas políticas é o desafio para o ano que começa» – D. José Luis Azuaje Ayala
Cidade do Vaticano, 09 jan 2019 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) alertou para o que chamou de “crise sem precedentes” que o país está a viver “em todas as áreas”, na abertura da 61.ª Assembleia Plenária do Episcopado, a decorrer em Caracas.
“Infelizmente, aqueles que guiaram o governo nestes últimos anos, produzindo uma deterioração humana e social da população e da riqueza da nação, continuam no mesmo caminho, sem mudanças significativas na economia e para a melhoria das condições de vida dos venezuelanos”, disse D. José Luis Azuaje Ayala.
Na informação divulgada pelo sítio ‘Vatican News’, o arcebispo de Maracaibo alertou para a “alta taxa de pobreza” na Venezuela, para o aumento de pessoas doentes, que “não podem ser tratadas por instituições de saúde que entraram em colapso”, para a “maior ameaça e repressão” e uma “violência incontrolável” com “mais de 20 milpessoas assassinadas em 2018”.
“Hiperinflação e a destruição do setor produtivo, corrupção aberta e brutal, a maior emigração na história venezuelana, centenas de prisioneiros políticos, civis e militares que clamam por justiça, violações dos direitos humanos que tiveram o seu ápice com o assassinato do jovem índio Pemon Charly Peñaloza, de 21 anos, e a repressão das comunidades indígenas e líderes comunitários” foram outras situações denunciadas pelo presidente da CEV.
Para D. José Luis Azuaje Ayala “mudar completamente” essas políticas é um objetivo do qual “não se pode fugir”.
Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, vai tomar posse para um novo mandato, esta quinta-feira, depois de vencer as eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, que foram boicotadas pela oposição.
“Tantas são as dúvidas sobre esse juramento: é legítimo, é ilegítimo?”, questionou o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, assinalando que a história, “no momento apropriado”, dará o “seu veredicto”.
No seu discurso de abertura da 61.ª Assembleia Plenária do Episcopado, o arcebispo de Maracaibo incentivou a uma “mudança integral na política e lideranças”, pela união dos venezuelanos, “dentro e fora do país”.
“Continuar da mesma forma significa colocar as pessoas à beira do precipício”, alertou o presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, que assumiu essas funções em 2018, numa intervenção divulgada pelo ‘Vatican News’.
O governo português anunciou que o executivo não estará representado “a nível político” na tomada de posse do novo mandato do presidente Nicolás Maduro,
A União Europeia não reconheceu os resultados das eleições de maio de 2018, tendo mesmo aumentado as sanções à Venezuela; Bruxelas pede a Caracas a realização de novas eleições presidenciais.
CB/OC