Vatileaks: Papa já tem conclusões dos cardeais

Bento XVI recebeu comissão que investigou fuga de documentos e pediu que as investigações judiciais prossigam «com diligência»

Cidade do Vaticano, 27 jul 2012 (Ecclesia) – Bento XVI recebeu esta quinta-feira o parecer da comissão de cardeais que investigou a fuga de documentos reservados do Papa, anunciou hoje a sala de imprensa da Santa Sé.

“O Santo Padre foi informado sobre as conclusões a que chegou a comissão cardinalícia e sobre o estado do procedimento penal em curso”, informa a nota de imprensa, na qual se acrescenta que Bento XVI agradeceu as informações recebidas e convidou “a magistratura do Vaticano a prosseguir o trabalho com diligência”.

A investigação criminal tem como único suspeito, até ao momento, o ex-mordomo de Bento XVI, acusado de “furto agravado” de documentos pertencentes ao Papa, que atualmente se encontra em liberdade condicional, com prisão domiciliária.

Paolo Gabriele tinha sido detido a 23 de maio, na sequência do caso de fugas de informação no Vaticano, conhecidas por ‘Vatileaks’, que deram origem à divulgação pública de dados reservados.

À margem da investigação judicial, o Papa nomeou uma comissão composta pelos cardeais Julián Herranz, Joseph Tomko e Salvatore De Giorgi, que desenvolveu um “inquérito administrativo”.

Estes três responsáveis encontraram-se com Bento XVI, acompanhados pelo juiz instrutor Piero Antonio Bonnet e o promotor de justiça do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano, Nicola Picardi.

Na reunião, adianta a Santa Sé, marcaram também presença D. Angelo Becciu, substituto para os assuntos gerais da Secretaria de Estado do Vaticano; monsenhor Georg Gänswein, secretário particular do Papa; Domenico Giani, Comandante da Gendarmaria do Vaticano; e  Greg Burke, consultor para a comunicação da Secretaria de Estado.

O Vaticano manifestou esta segunda-feira a sua “firme e total reprovação” de notícias que “insinuam graves suspeitas de cumplicidade por parte de pessoas próximas do Santo Padre” [não identificadas no comunicado].

O documento destacava que o facto de ainda não terem sido publicados os resultados das investigações sobre este caso “não legitima de modo algum a difusão de interpretações e teorias não fundadas e falsas”.

Os advogados de Paolo Gabriele revelaram, por outro lado, que o seu cliente escreveu a pedir desculpa a Bento XVI e excluir o envolvimento de outras pessoas ou de pagamentos neste caso.

OC

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Agência ECCLESIA

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