Vaticano: Vida cristã é «vida de serviço», diz Francisco

Papa presidiu ao Jubileu dos diáconos, no Ano Santo da Misericórdia

Cidade do Vaticano, 29 mai 2016 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje ao Jubileu dos diáconos, no no Ano Santo da Misericórdia, e disse aos milhares de participantes reunidos na Praça de São Pedro, que a vida cristã é uma “vida de serviço”.

“Se evangelizar é a missão dada a cada cristão no Batismo, servir é o estilo segundo o qual viver a missão, o único modo de ser discípulo de Jesus. É sua testemunha quem faz como Ele: quem serve os irmãos e as irmãs, sem se cansar de Cristo humilde, sem se cansar da vida cristã que é vida de serviço”, referiu, na homilia da Missa a que presidiu esta manhã.

A celebração encerrou o programa iniciado na sexta-feira, que levou ao Vaticano centenas de diáconos permanentes, em muitos casos acompanhados pelas suas esposas e filhos, em volta do tema ‘Diácono: ícone da Misericórdia para a promoção da Nova Evangelização’.

O Papa disse aos participantes na Missa que os católicos são chamados a “viver na disponibilidade”, contrariando a “tendência a dispor de tudo para si”.

"Fico com o coração doente quando vejo horários nas paróquias, de tal hora a tal hora. E depois desse horário? Não há portas abertas, sacerdote, diácono, leigo que receba as pessoas… isso faz mal. É preciso não dar importância aos horários: ter essa coragem de deixar os horários de lado", apelou.

Com origem grega, a palavra ‘diácono’ pode traduzir-se por servidor, e corresponde a alguém especialmente destinado na Igreja Católica às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas.

Francisco apresentou uma reflexão sobre esta figura do “servidor”, alguém que “sabe que o tempo que vive não lhe pertence, mas é um dom que recebe de Deus”.

“Quem serve não é escravo de quanto estabelece a agenda, mas, dócil de coração, está disponível para o não-programado: pronto para o irmão e aberto ao imprevisto, que nunca falta sendo muitas vezes a surpresa diária de Deus”, sublinhou.

O Papa disse que na relação com o outro nunca se deve “gritar”, mas procurar estar “sempre disponível e bem disposto”, mostrando que na comunidade eclesial “o maior não é quem manda, mas quem serve”.

“O servo sabe abrir as portas do seu tempo e dos seus espaços a quem vive ao seu redor e também a quem bate à porta fora do horário, à custa de interromper algo que lhe agrada ou o merecido repouso”, realçou.

O diaconado é o primeiro grau do Sacramento da Ordem (diaconado, sacerdócio, episcopado), atualmente reservado aos homens, na Igreja Católica.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) restaurou o diaconado permanente, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio; o diaconado exercido por candidatos ao sacerdócio só é concedido a homens solteiros.

No final da Missa, o Papa cumprimentou pessoalmente, durante largos minutos, vários diáconos e suas esposas.

Antes da oração do ângelus, ainda na Praça de São Pedro, Francisco rezou por intercessão da Virgem Maria pela “vida e o ministério dos diáconos do mundo”.

O Papa falou ainda da jornada nacional dedicada aos doentes terminais, na Itália, destinada a “ajudar as pessoas a viver bem a fase final da existência terrena”.

OC

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Agência ECCLESIA

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