Vaticano: Um conclave sem rede e bom para o negócio de guarda-chuvas

Chaminé sobre a Capela Sistina domina reportagens e olhares dos peregrinos

Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 13 mar 2013 (Ecclesia) – O Vaticano está sem rede de comunicações móveis para impedir as trocas de mensagens nos espaços onde decorre o Conclave, causando também dificuldades aos habitantes que circundam o muro do Estado.

A decisão de eliminar o tráfego de comunicações móveis na Santa Sé impede, por exemplo, que negócios como a venda de pizzas pelo telefone corram melhor por estes dias.

A cada instante, paredes meias com o Vaticano, os clientes de uma pizzaria precisam de fazer mais do que uma chamada para terminar encomendas e esperar, por isso, muito mais tempo para que chegue a refeição a casa.

“É assim nestes dias”, dizia conformado um dos funcionários, satisfeito com o aumento de quem, ao passar, se vai alimentando com a comida rápida vendida ao balcão.

A chuva não tem dado tréguas durante os dias do Conclave, o que não impede que muitos peregrinos permaneçam de olhos postos na chaminé da Capela Sistina durante todo o dia.

Na entrada da Praça de São Pedro, são os vendedores de guarda-chuvas os mais satisfeitos com as condições climáticas.

“Vendemos mais de 100 durante o dia ontem [terça-feira]”, diz um dos vendedores, desagradado apenas com o facto da polícia local ter apreendido umas dezenas de guarda-chuvas.

A fiscalização faz com que depressa desapareçam das ruas romanas muitos vendedores ambulantes, que rapidamente voltam ao encontro de peregrinos que se aproximam da chaminé da Praça de São Pedro.

O ambiente é de expectativa e oração, sobretudo pelos grupos de peregrinos que acompanham os cardeais eleitores, nomeadamente brasileiros e norte-americanos.

“O Papa será brasileiro” ou “O Papa será americano” ou ainda o “Papa será espanhol” são ‘slogans’ que se repetem no Vaticano, onde o grupo mais numeroso de peregrinos e turistas, para além do italiano, é o brasileiro.

Elementos de congregações religiosas, sacerdotes e muitos leigos permanecem em oração ao longo dos vários escrutínios, sempre atentos as várias ‘fumate’ que saem da Capela Sistina.

Lentes de câmaras de filmar e de fotografar estão sempre fixas na chaminé, do lado direito da Basílica de São Pedro, que domina também as crónicas dos jornalistas.

Um repórter português sugeriu mesmo, num dos diretos a partir do Vaticano, a “criação dos amigos da chaminé”.

Outra jornalista, brasileira, sentada na sala de imprensa, acaba de dizer que vai iniciar um programa intitulado ‘De olho na chaminé’.

Verdade ou não, será só até sair fumo branco da Capela Sistina.

PR

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Agência ECCLESIA

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