Vaticano: Tribunal determina abertura de campas no Cemitério Teutónico

Investigação surge na sequência de denúncias da família de Emanuela Orlandi, adolescente italiana desparecida em 1983

Cidade do Vaticano, 02 jul 2019 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje que duas campas do cemitério alemão, situado dentro do Estado, vão ser abertas, numa decisão judicial ligada ao desaparecimento de Emanuela Orlandi, vista pela última vez em 1983.

A adolescente italiana, então com 15 anos, era filha de um empregado da Santa Sé e o caso ainda não foi resolvido.

O promotor de Justiça do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano acedeu aos pedidos dos familiares de Emanuela Orlandi, que suspeitam de uma possível ocultação do seu cadáver no Cemitério Teutónico.

O porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, indica que as operações vão decorrer a 11 de julho, na presença de representantes legais das partes, de familiares de Emanuela Orlandi e das pessoas sepultados nos túmulos em causa, com o “auxílio técnico” de pessoal da Gendarmeria.

Em causa, refere a nota, está uma “complexa organização de homens e meios”, que surge após uma “fase de inquérito” relativamente a um caso que é apresentado como “longo, doloroso e complexo”.

“As complexas operações periciais marcadas para o próximo dia 11 de julho são apenas a primeira fase de uma série de investigações já programadas que, após a abertura das campas, a recolha e catalogação dos restos mortais, conduzirá às avaliações para estabelecer a datação dos resultados e para comparação de ADN”, adianta o Vaticano.

A 4 de março, respondendo a perguntas de jornalistas, Alessandro Gisotti confirmara que uma carta da família de Emanuela Orlandi tinha sido recebida pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.

O portal de notícias ‘Vatican News’ adianta que o pedido de abertura das campas surgiu depois de uma foto enviada à advogada da família, com a indicação de um túmulo e da estátua de um anjo no Cemitério Teutónico.

As investigações preliminares conseguiram determinar que a campa foi aberta pelo menos uma vez e que a datação da estátua é diferente da que se encontra na lápide.

O portal do Vaticano adverte, no entanto que “nos últimos anos houve muitos relatos sobre o caso Orlandi que, mais tarde, se revelaram infundados”.

OC

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Agência ECCLESIA

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