Decisão de primeira instância é passível de recurso
Cidade do Vaticano, 16 mar 2018 (Ecclesia) – A sala de imprensa da Santa Sé anunciou hoje a condenação, em primeira instância, de D. Anthony Sablan Apuron, da arquidiocese de Agaña, na ilha pacífica de Guam, após julgamento canónico sobre casos de abusos sexuais.
O arcebispo foi considerado “culpado de algumas das acusações” que lhes eram dirigidas, pelo Tribunal da Congregação para a Doutrina da Fé, composto por cinco juízes.
O responsável foi condenado à “cessação do ofício” e proibido de residir na Arquidiocese de Guam.
D. Anthony Sablan Apuron, que tem recusado sempre as acusações, pode agora recorrer da sentença, ficando então as penas suspensas.
O caso levou o Papa Francisco a enviar o cardeal Raymond Burke à ilha do Pacífico para liderar as investigações; o arcebispo de Guam foi acusado de ter abusado de rapazes durante os anos 70 do século XX.
Francisco tinha decidido suspender preventivamente D. Anthony Sablan Apuron; a arquidiocese tem como coadjutor o norte-americano D. Michael Jude Byrnes.
Em janeiro de 2015, Francisco nomeou o bispo maltês D. Charles J. Scicluna, antigo promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, para presidir à estrutura que examina recursos dos julgamentos de casos de abusos sexuais.
Na sua viagem a Portugal, em 2017, o Papa disse que não perdoa estes crimes a nenhum sacerdote, após este ter esgotado os recursos do processo canónico.
“Nunca assinei um indulto”, referiu aos jornalistas, no voo de regresso a Roma.
Francisco apontou então para um total de 2 mil processos à espera de decisão.
OC