Pandemia pode levar ao colapso de sistemas públicos de saúde mais frágeis O representante do Vaticano junto do Conselho Económico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas, em Genebra, manifestou esta Quinta-feira sérias preocupações em relação aos efeitos da pandemia de Gripe A nos países mais pobres, agravados pela actual situação de crise económica.
O Arcebispo Silvano M. Tomasi defendeu que os efeitos da crise têm sido mais graves nos "grupos mais vulneráveis" e que têm sido exarcebados pela Gripe A H1N1.
Este responsável considera que o impacto futuro da doença "não pode ser projectado com grande certeza" no momento actual.
Para o Vaticano, é evidente "a ligação entre pobreza e saúde", o que aumenta os receios, em especial face à perspectiva de um aumento do número de pessoas na pobreza extrema, estimado entre 53 a 65 milhões de homens e mulheres.
D. Tomasi referiu ainda que cerca de 800 milhões de pessoas desnutridas vivem em áreas rurais onde "o sistema público de saúde é mais fraco".
"Podemos concluir que um número significativo das pessoas com fome e extremamente pobres estarão em maior risco de contrair doenças contagiosas e crónicas", apontou.
Esta situação pode ser agravada, segundo o representante do Vaticano junto do ECOSOC, por eventuais cortes na ajuda internacional ou pelo aumento dos doentes em sistemas públicos de saúde "que já são frágeis".
Os países em vias de desenvolvimento, disse o Arcebispo italiano, "não serão capazes de responder às necessidades dos seus cidadãos mais vulneráveis".
A Igreja Católica patrocina, em todo o mundo, 5378 hospitais e mais de 18 mil clínicas, para além de 15 mil lares para idosos e pessoas com deficiência, particularmente em África.