Trabalhos da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos encerraram este domingo com a aprovação do documento de síntese.
Vaticano, 30 out 2023 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou, este domingo, que o Sínodo dos Bispos, que teve lugar no Vaticano, foi “eco de tudo aquilo que se vive” e “que é a Igreja em todas as partes do mundo”.
“Foi um tempo muito intenso, de facto. É evidente que a Igreja é plural. Há perspetivas, há histórias, e a Europa é muito diferente da América, da Ásia e de África. E tudo isso acaba por vir ao de cima, quando se trata de equacionar a Igreja nas suas diferentes concretizações”, indicou D. Virgílio Antunes, no encerramento da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujos trabalhos se iniciaram no dia 4 de outubro.
Segundo o bispo de Coimbra, a “partilha de ideias” aconteceu “num clima de muita serenidade”: “Cada um tinha a possibilidade de exprimir livremente, diante de todos os outros, a sua forma de pensar”.
O relatório de síntese, com 40 páginas, mostrou a amplitude do debate, entre consensos e questões em aberto.
“Nas dioceses, aquilo que provavelmente vamos fazer é submeter este texto a todos aqueles que queiram lê-lo, evidentemente. Mas depois, de uma forma especial, àqueles órgãos de participação que já temos a funcionar”, explicou D. Virgílio Antunes.
O Papa Francisco decidiu que esta assembleia sinodal, com o tema ‘Para uma Igreja Sinodal: comunhão, participação, missão’, vai ter uma segunda sessão, em outubro de 2024.
“Eu acho que só pode acontecer algo de bom para a Igreja, que já vem de trás. A Igreja não é uma nova Igreja, mas há alguns aspetos que a Igreja está a redescobrir e que está a perceber que são importantíssimos para a sua vida no presente e no futuro”, respondeu D. Virgílio Nunes quando questionado sobre a assembleia sinodal do próximo ano.
Relativamente ao tema da ‘sinodalidade’ e à sua concretização, o vice-presidente da CEP defende que esta “não é a primeira vez que se fala sobre esta questão”.
“Há muitas realidades que estão já em desenvolvimento e implícitas no nosso modo de ser Igreja a que hoje chamamos sinodalidade e que, no passado, porventura, não chamávamos desta mesma forma”, destaca.
“As Igrejas do Oriente têm uma perspetiva de sinodalidade muito diferente do Ocidente. Há uma continuidade do próprio Sínodo, não só da sinodalidade, mas do próprio Sínodo. Não é por acaso que um dos pontos que aparecem referidos no texto e que precisam de grande aprofundamento é precisamente o da sinodalidade”, observa.
O documento síntese aprovado ontem no Vaticano, após mais de três semanas de trabalho, apresentou o consenso alargado dos participantes sobre o papel das mulheres, o ministério dos bispos, o ecumenismo, entre outros.
A Conferência Episcopal Portuguesa esteve representada por D. José Ornelas, presidente da CEP, e D. Virgílio Antunes, vice-presidente.
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