Vaticano sem receios quanto à viagem de Bento XVI a Malta

Admitida a hipótese de um encontro entre o Papa e vítimas de abusos sexuais

O porta-voz do Vaticano admitiu que Bento XVI se possa encontrar com vítimas de abusos sexuais durante a sua viagem a Malta, mas afastou receios de que o Papa venha a ser mal recebido na Ilha.

A viagem papal a Malta decorre entre 17 e 18 de Abril e foi apresentada esta Terça-feira aos jornalistas, na sala de imprensa da Santa Sé.

O Pe. Federico Lombardi, responsável pelos serviços de informação do Vaticano, recordou que o Papa já promoveu encontros com as vítimas de abusos, em viagens anteriores e “continua a estar disponível” para o fazer.

Tal iniciativa, precisou, decorrerá sempre “num clima de recolhimento, discrição, para que haja possibilidade de escuta e comunicação pessoal”.

O director da sala de imprensa da Santa Sé disse que não está condições de “anunciar ou excluir” se Bento XVI repetirá em Malta o mesmo gesto que fez nas viagens aos EUA e à Austrália, em 2008.

O Papa, recorde-se, estará na Ilha mediterrânica pouco mais de 24 horas, com “um programa muito breve e muito intenso”, precisou o Pe. Lombardi.

Este responsável recusou ainda a ideia de que o Vaticano se sinta “sob assédio” por causa dos sucessivos casos de pedofilia envolvendo padres católicos.

O Vaticano assegura que a viagem está a ser preparada “com serenidade” e espera que a comunicação social avalie “correctamente” eventuais manifestações de desacordo com o Papa durante a sua estadia em Malta.

Nas seis intervenções públicas de Bento XVI vão ser abordados temas como a imigração, as raízes cristãs na história maltesa ou os desafios da secularização.

Oficialmente, a viagem ocorre no 1950º aniversário do naufrágio do Apóstolo Paulo nesta Ilha.

O Secretario de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, escreveu aos católicos deste país, pedido que a visita do Papa “seja um momento de renovação espiritual para toda a Igreja em Malta e Gozo”.

Bento XVI, que vai chegar à ilha na tarde do próximo Sábado, tem encontros com as autoridades civis, visitando depois a Gruta de São Paulo, em Rabat.

No Domingo de manhã, o Papa preside à missa em Floriana e à tarde vai encontrar-se com os jovens no cais do porto da capital, La Valetta.

O Papa falará em inglês, mas vai dirigir algumas palavras em maltês, ajudado pelo seu segundo secretário pessoal, Alfred Xuereb, que nasceu em Malta.

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Agência ECCLESIA

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