Vaticano: Secretário para as relações com os Estados considerou «positivo» acordo para Gaza

«Todos sabemos que ainda se trata de um equilíbrio frágil e que agora será necessário muito trabalho por parte de todos» – Arcebispo Paul Richard Gallagher

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 15 out 2025 (Ecclesia) – O secretário do Vaticano para as relações com os Estados  disse que “é positivo que o acordo para Gaza”, relacionando que “a questão russo-ucraniana é mais complexa do que a do Oriente Médio”, esta terça-feira, no Festival da Diplomacia.

“É positivo que o acordo para Gaza tenha sido alcançado, e é preciso reconhecer o empenho do presidente dos EUA, Trump, nesse sentido. Mas, por outro lado, todos sabemos que ainda se trata de um equilíbrio frágil e que agora será necessário muito trabalho por parte de todos, especialmente dos mediadores e atores envolvidos”, assinalou o arcebispo Paul Richard Gallagher, num diálogo sobre ‘Diplomacia vaticana e diplomacia dos Estados’, no Festival da Diplomacia, acolhido pela Embaixada da Itália junto à Santa Sé, citado pelo portal ‘Vatican News’.

Os Estados Unidos da América, Egito, Qatar e Turquia, mediadores do acordo de paz em Gaza, comprometeram-se a garantir a estabilidade na região, e assinaram um acordo que estipula o fim de dois anos de guerra na Faixa de Gaza, atuando como os principais mediadores no conflito, esta segunda-feira, 13 de outubro, no Egito.

Segundo o colaborador do Papa, a Santa Sé fez tudo o que estava ao seu alcance, mas “não houve oportunidade de mediar”, e trabalharam “sempre para incentivar o diálogo entre as partes e pedir o respeito ao direito internacional”.

O território palestiniano da Faixa de Gaza foi devastado durante mais de dois anos de uma guerra desencadeada após o ataque do movimento islamita Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023; os apelos dos Papas, primeiro Francisco e agora Leão XIV, a “diplomacia pública”, foram constantes, como também o apoio “às comunidades”, à Paróquia da Sagrada Família na cidade de Gaza”, e através de iniciativas do Patriarcado Latino de Jerusalém.

Os patriarcas e chefes das Igrejas em Jerusalém saudaram o cessar-fogo entre Israel e Hamas, apelando a uma intervenção humanitária em larga escala para ajudar a população de Gaza, esta quarta-feira, dia 15 de outubro.

O secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados participou num diálogo sobre ‘Diplomacia vaticana e diplomacia dos Estados’, com o embaixador Giampiero Massolo, presidente da Mundys e do comité científico do XVI Festival da Diplomacia, na tarde desta terça-feira, 14 de outubro, acolhido pela Embaixada da Itália junto à Santa Sé.

O arcebispo Paul Richard Gallagher abordou também a guerra na Ucrânia e explicou que “a questão russo-ucraniana é mais complexa do que a do Oriente Médio”, mas também esperam que “se chegue à paz”, e a tarefa da Santa Sé “é continuar a facilitar os contatos”.

Neste sentido, considera que é positivo que o Papa Leão XIV “tenha confirmado as missões humanitárias do cardeal Zuppi para a troca de prisioneiros”, uma área onde obtiveram “alguns resultados, e para as crianças”.

“Se no Oriente Médio as dinâmicas, mesmo que tenham levado tempo, sempre pareceram de alguma forma decisivas, na Ucrânia faltam os pressupostos de um interesse comum entre as partes, como, por exemplo, os acordos de Abraão para o Oriente Médio”, desenvolveu o embaixador Giampiero Massolo, que já tinha referido que “permanecerão por resolver os pontos frágeis da segunda fase do acordo” para a paz e Gaza, o desarmamento do Hamas e a retirada de Israel.

No Festival da Diplomacia, colaborador do Papa alertou também para as crises e os conflitos esquecidos, “porque atraem menos a atenção dos media”, onde a Santa Sé mantém um foco constante, como o Sudão, a República Democrática do Congo, a região africana do SAHEL, Madagáscar e Mianmar.

O arcebispo Paul Richard Gallagher referiu também com “grande satisfação” à primeira visita do Papa Leão XIV ao presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, onde “viu-se o entendimento com a Itália sobre a paz”, no Palácio do Quirinal, a residência oficial, e às futuras viagens à Turquia e ao Líbano, pelos 1700 anos do Concílio de Niceia, de 27 de novembro a 2 de dezembro.

CB/OC

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