Vaticano: Secretário para as relações com os Estados assume «certeza» de viagem do Papa a Kiev

D. Paul Richard Gallagher deixa por confirmar viagem a Moscovo

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 12 jul 2022 (Ecclesia) – O secretário do Vaticano para as relações com os Estados disse hoje em Roma que o Papa vai “com certeza” visitar Kiev, deixando por confirmar uma eventual viagem a Moscovo.

“O Papa tem vontade de fazer a viagem a Kiev e irá, quando e como não se sabe”, adiantou aos jornalistas D. Paul Richard Gallagher.

O “ministro dos negócios estrangeiros” da Santa Sé interveio hoje na apresentação do ‘Meeting de Rimini’ 2022, centrado sobre a guerra no leste da Europa, que vai decorrer em agosto, na cidade italiana.

Ao ser questionado sobre a visita a Moscovo, que o Papa já assumiu ter nos seus planos, D. Paul Richard Gallagher preferiu centrar atenções na Ucrânia.

“Não saberia dizer, de momento. A Kiev vai, com certeza”, indicou.

Foto: Meeting de Rimini

O secretário do Vaticano para as relações com os Estados reiterou, esta manhã, a necessidade de “relançar os esforços da diplomacia, sempre atentos e prontos a agir, a partir da observância dos vários princípios fundamentais do Direito: integridade e inviolabilidade territorial, direito à autodeterminação, direito a viver em segurança e paz, direito à defesa”.

“Não nos podemos acostumar a viver como se a guerra fosse normal”, acrescentou.

O mesmo responsável tinha dito no sábado que Francisco poderia visitar Kiev já em agosto.

“O Papa está muito convencido de que, se pudesse fazer uma visita, poderia ter resultados positivos. Ele disse que irá à Ucrânia e sempre se mostrou disponível em visitar Moscovo e também a encontrar-se com as autoridades russas”, referiu D. Paul Richard Gallagher, em entrevista ao canal TG1.

O arcebispo precisou que a visita do Papa à Ucrânia vai ser avaliada após a viagem pontifícia ao Canadá, de 24 a 30 de julho.

No início deste mês, numa entrevista, Francisco reafirmou a vontade de visitar as capitais da Rússia e da Ucrânia, para “servir a causa da paz”.

“Eu gostaria de ir à Ucrânia e queria ir primeiro a Moscovo. Trocamos mensagens sobre isso, porque pensei que se o presidente russo me concedesse uma pequena janela para servir a causa da paz”, disse.

No início de maio, o Papa mostrou-se disponível para um encontro com o presidente russo, a fim de abordar a guerra na Ucrânia, mas Moscovo viria a rejeitar esta possibilidade, com o Vaticano a reafirmar a vontade do Papa em deslocar-se à capital russa.

No dia 4 de junho, Francisco assumiu a vontade de visitar a Ucrânia, numa conversa com crianças, no Vaticano, mas disse que tinha de esperar pelo “momento certo”.

“E agora é possível, depois de voltar do Canadá, que consiga ir à Ucrânia. A primeira coisa a fazer é ir à Rússia, para tentar ajudar de alguma forma, mas eu gostaria de ir às duas capitais”, adiantou à Reuters.

OC

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Agência ECCLESIA

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