Cardeal Pietro Parolin alude às questões levantadas pela exortação «Amoris Laetitia»
Cidade do Vaticano, 11 jan 2018 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano afirmou que o “novo paradigma” que o Papa Francisco tem procurado implementar na relação entre Igreja e família tem gerado “dificuldades” no acolhimento da exortação pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’.
“Provavelmente, as dificuldades que surgiram e que ainda existem na Igreja, mais do que sobre alguns aspetos do conteúdo, devem-se precisamente a essa mudança de atitude que o Papa nos pede”, referiu o cardeal Pietro Parolin, em entrevista ao portal de notícias do Vaticano.
Segundo o responsável, é necessário compreender plenamente “o espírito novo”, a “abordagem nova” que brotou da celebração dos dois últimos sínodos (2014 e 2015), sobre a família, e da publicação de ‘Amoris laetitia’.
“Qualquer mudança traz sempre dificuldades”, observou, defendendo que as mesmas “devem ser tidas em consideração e enfrentadas com seriedade, a fim de encontrar respostas que se tornem momentos de posterior crescimento, de aprofundamento”.
“A ‘Amoris laetitia’, além de ser um abraço que a Igreja dá à família e às suas problemáticas no mundo de hoje, para ajudar deveras a encarnar o Evangelho”, é ao mesmo tempo “também um pedido de ajuda às famílias, a fim de que colaborem e contribuam para o crescimento da Igreja”, prosseguiu.
O cardeal Pietro Parolin falou ainda sobre as mudanças em curso na Cúria Romana, sublinhando que, mais do que falar sobre mudanças estruturais ou sobre a promulgação de novas leis, normas ou nomeações, é preciso frisar “o espírito profundo que deve animar qualquer reforma da Cúria”, “a dimensão fundamental da vida cristã, isto é, a conversão”.
O objetivo, sustentou, é que a Igreja, “cada vez mais e melhor, eliminando também aquelas sombras que podem impedir este compromisso e esta missão, se possa tornar verdadeiramente uma ajuda ao Papa para anunciar o Evangelho, para testemunhar o Evangelho, para evangelizar o mundo de hoje”.
OC