Vaticano: Secretário de Estado critica jornalistas e fala em «calúnias»

Cardeal Tarcisio Bertone comenta casos de fuga de documentos e reafirma unidade em volta do Papa

Lisboa, 19 jun 2012 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano afirmou que os jornalistas têm lançado “mentiras” e “calúnias” sobre o Papa e os seus mais diretos colaboradores, lamentando o clima de “mesquinhez” que se criou nas últimas semanas.

O cardeal Tarcisio Bertone falava à revista internacional ‘Família Cristã’, na Itália, sobre caso de fugas de informação no Vaticano, conhecidas por ‘Vatileaks’, que deram origem à divulgação pública de dados reservados.

Segundo este responsável, existe neste processo uma “vontade de divisão que vem do maligno”.

“Muitos jornalistas divertem-se a tentar imitar Dan Brown [autor do romance ‘O Código Da Vinci’, muito criticado pelos responsáveis católicos]”, refere o cardeal italiano, numa entrevista que vai ser publicada na quinta-feira e foi já antecipada pelo portal de notícias do Vaticano.

O secretário de Estado do Vaticano destaca que “a unidade em volta do Papa é fundamental” e denuncia as tentativas de destabilizar a Igreja Católica, um “ponto de referência inequívoco para incontáveis pessoas e instituições em todo o mundo”.

“Na Secretaria de Estado há unidade entre todos os colaboradores” e as reuniões decorrem “sistematicamente num clima de unidade, que é o contrário do que apresentam os meios de comunicação”, acrescentou D. Tarcisio Bertone.

Aquele que é um dos mais diretos colaboradores do atual Papa refere, por outro lado, não ter “qualquer sinal” de “envolvimento de cardeais ou de lutas entre personalidades eclesiásticas pela conquista de um poder imaginário”.

Referindo-se em particular à publicação de documentos reservados, o secretário de Estado sublinha que a violação do “direito à privacidade” é um “ato imoral de gravidade inaudita” que vai contra um direito “reconhecido especialmente pela Constituição italiana”.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, adiantou esta segunda-feira que o ex-mordomo de Bento XVI, acusado de “furto agravado” de documentos pertencentes ao Papa, continua a ser a única pessoa sob investigação judicial neste caso.

Paolo Gabriele, detido a 23 de maio, é acusado de um crime que pode valer até 8 anos de cadeia.

OC

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