D. Georg Gaenswein, prefeito da Casa Pontifícia, recorda sentimentos vividos após renúncia do agora Papa emérito
Cidade do Vaticano, 10 fev 2014 (Ecclesia) – O secretário particular de Bento XVI e prefeito da Casa Pontifícia (Santa Sé), D. Georg Gaenswein, disse ao Centro Televisivo do Vaticano (CTV) que a renúncia do Papa alemão ao pontificado foi um ato “revolucionário”.
“Foi um ato de grande coragem, um ato também revolucionário, que abriu possibilidades que ninguém conseguia ver naquele momento”, declarou o arcebispo alemão, em entrevista, por ocasião do 1.º aniversário do anúncio da resignação de Bento XVI.
Para este responsável, o 11 de fevereiro de 2013 foi um “dia muito particular”, marcado por “tristeza mas também gratidão”.
“É claro que despedir-se é sempre uma coisa triste, que magoa, que é dolorosa. Por outro lado, também havia o sentimento de gratidão por estes anos em que pude viver junto a uma grande Papa”, recorda.
D. Georg Gaenswein continua a acompanhar Bento XVI, com 86 anos, e é um dos colaboradores diretos do seu sucessor, o Papa Francisco.
O arcebispo alemão revela que soube antecipadamente da renúncia, com a “ordem de não dizer nada a ninguém”.
“Sabia-o, mas no momento em que [Bento XVI] o disse, mexeu comigo. O último dia do pontificado [28 de fevereiro de 2013] foi para mim um dia de uma dor muito forte”, confessa.
Para este responsável, a resignação foi “um ato de amor pelo Senhor, pela Igreja, pelas pessoas” e abriu a possibilidade de se eleger “uma pessoa que tivesse mais força”.
A entrevista aborda a sucessão pontifícia e o impacto que a renúncia do Papa emérito teve no acolhimento de Francisco.
“Penso que esse é um aspeto que não se deve desvalorizar: todos nos alegramos por ver que o impacto do Papa Francisco no mundo, não apenas nos fiéis da Igreja, mas no mundo, é um impacto enorme e esse impacto foi favorecido por parte do Papa Bento, na renúncia: abriu uma possibilidade que não existia”, refere D. Georg Gaenswein.
OC
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