Nicolás Maduro apelou à mediação do Papa em crise política e Juan Guaidó pediu ajuda para convocar eleições presidenciais
Cidade do Vaticano, 11 fev 2019 (Ecclesia) – A Secretaria de Estado do Vaticano recebeu hoje uma delegação venezuelana, enviada pelo presidente interino Juan Guaidó, para debater a atual crise política e social no país sul-americano, informou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé.
“Foi reiterada a proximidade do Santo Padre e da Santa Sé ao povo venezuelano, principalmente àqueles que sofrem. Além disso, foi destacada a profunda preocupação para que se encontre com urgência uma solução justa e pacífica, a fim de superar a crise, no respeito pelos direitos humanos e do bem de todos os habitantes do país, evitando o derramamento de sangue”, assinala a declaração do porta-voz do Vaticano.
Nicolás Maduro, cuja presidência é considerada ilegítima pela oposição e pela Conferência Episcopal na Venezuela, apelou à mediação do Papa no conflito; Francisco faz depender a intervenção da Santa Sé de uma declaração explícita das duas partes.
O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó – reconhecido por Portugal e vários outros países europeus – pediu ajuda ao Papa para marcar eleições livres no país e terminar com o que classifica como “usurpação” de poder por Nicolás Maduro.
O vice-presidente da Comissão Pontifícia para a América latina (Santa Sé), Guzmán M. Carriquiry, faz votos de que a Venezuela entre “num processo de transição” para um governo de unidade nacional, com credibilidade e consenso popular
“A questão fundamental é evitar um banho de sangue. Qualquer repressão violenta das manifestações populares ou tentativas de intervenção militar estrangeira seria a pior das ‘soluções’ possíveis”, sustenta o responsável.
Carriquiry pede prudência na avaliação do pedido de mediação de “um regime que se sente isolado, dentro e fora” e que pode ter a “finalidade de ganhar tempo”.
OC
Venezuela: Papa admite mediar conflito, se houver vontade de todas as partes (c/vídeo)