Papa refletiu sobre a «oração de ação de graças» na sua catequese semanal
Cidade do Vaticano, 30 dez 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “o mundo precisa de esperança” na catequese semanal onde refletiu sobre ‘a oração de ação de graças’ e os cristãos “com gratidão, com esta atitude de agradecimento”, transmitem “um pouco de esperança”.
“Se somos portadores de gratidão o mundo também se torna melhor, mesmo que ligeiramente, mas isso é o suficiente para dar-lhe um pouco de esperança. O mundo precisa de esperança e com gratidão, com esta atitude de agradecimento, transmitimos um pouco de esperança”, disse na Biblioteca do Palácio Vaticano Apostólico.
O Papa Francisco, na audiência geral desta quarta-feira transmitida online, explicou que “tudo está interligado e todos podem fazer a sua parte onde quer que estejam”, afirmando que “o caminho para a felicidade” é o que São Paulo descreveu numa das suas cartas: «Rezai sem interrupção, em tudo dai graças».
‘A oração de ação de graças’, de gratidão, foi o tema da catequese desta semana, que deu continuidade à reflexão sobre a oração e o Papa salientou que para os cristãos “a ação de graças deu o nome ao Sacramento mais essencial que existe: a Eucaristia”.
“Como todos os fiéis, os cristãos bendizem a Deus pelo dom da vida. Viver é, sobretudo, ter recebido. Receber a vida. Todos nascemos porque alguém desejou a vida para nós. E esta é apenas a primeira de uma longa série de dívidas que contraímos enquanto vivemos. Dívidas de gratidão. Na nossa existência, mais do que uma pessoa olhou-nos com um olhar puro, gratuitamente. Frequentemente, são educadores, catequistas, pessoas que desempenharam o seu papel para além do exigido pelo dever. E eles despertaram em nós gratidão. A amizade também é um presente pelo qual devemos ser sempre gratos”, desenvolveu.
Segundo Francisco, este “obrigado” que se deve “dizer continuamente, que o cristão partilha com todos”, expande-se no encontro com Jesus e os Evangelhos mostram que “a passagem de Jesus muitas vezes suscitou alegria e louvor a Deus em quem o encontrou”.
“As histórias do Natal são povoadas de orações com um coração dilatado pela vinda do Salvador. E nós também fomos chamados a participar deste imenso júbilo. O episódio dos dez leprosos curados também sugere isso. Naturalmente todos ficaram felizes por terem recuperado a saúde, podendo assim sair daquela interminável quarentena forçada que os excluía da comunidade mas há um que acrescenta alegria à alegria: Além da cura, alegra-se pelo encontro com Jesus”, explicou.
Neste contexto, assinala que o leproso “não só está livre do mal, mas agora também tem a certeza de ser amado” e esse é o cerne “quando a pessoa agradece, dá graças, expressa a certeza de ser amado” e “ter a certeza de ser amado é um grande passo”.
“É a descoberta do amor como a força que governa o mundo. Somos filhos do amor, somos irmão do amor, somos homens e mulheres de graça”, observou.
“Procuremos estar sempre na alegria do encontro com Jesus, cultivemos a alegria. Em vez disso, o diabo, depois de nos iludir – com qualquer tentação – sempre nos deixa tristes e sozinhos. Se estamos em Cristo, nenhum pecado e nenhuma ameaça podem nos impedir de continuar a jornada com alegria, junto com tantos companheiros de viagem”, referiu.
Na saudação aos fiéis em língua portuguesa, com desejo de “um feliz e sereno ano novo”, o Papa Francisco lembrou que no domingo celebrou-se a festa da Sagrada Família e pediu que se aprenda “a amar cada vez mais aqueles que Deus confiou” a partir de São José e da Virgem Maria que “guardaram com tanto amor o Menino Jesus”.
CB
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