Vaticano: São João de Ávila, novo doutor da Igreja Católica

Religioso espanhol do século XVI renovou Ordem Carmelita

Cidade do Vaticano, 06 out 2012 (Ecclesia) – Bento XVI vai proclamar o religioso espanhol São João de Ávila (c. 1499-1569) como “doutor da Igreja” numa celebração marcada para este domingo, no Vaticano, distinção que se estende a Santa Hildegarda de Bingen.

O religioso espanhol, que foi canonizado a 31 de maio 1970 por Paulo VI, apoiou Santa Teresa de Ávila na reforma da Ordem Carmelita e o português São João de Deus na fundação de casas de apoio aos desfavorecidos.

Bento XVI revelou oficialmente que iria proclamar dois novos doutores da Igreja Católica no último dia 27 de maio, destacando a “marca intensa de fé” que estes santos deixaram, “em períodos e ambientes culturais bem diferentes”.

O Papa sublinhou que São João de Ávila “participou e trabalhou na renovação cultural e religiosa da Igreja e na configuração da sociedade na transição para a modernidade”.

A obra do novo doutor da Igreja inclui o ‘Tratado do amor de Deus’ e o seu percurso foi alvo de uma investigação da Inquisição, que o manteve dois anos na prisão, tendo sido absolvido e libertado em 1533.

Num encontro com bispos espanhóis, em Madrid, no dia 20 de agosto de 2011, Bento XVI anunciara a intenção de proclamar o padroeiro do clero secular espanhol como ‘doutor da Igreja Universal’, em resposta aos da Conferência Episcopal Espanhola, bem como de “um grande número de arcebispos e bispos de outras partes do mundo, e de muitos fiéis”.

O episcopado católico espanhol promoveu um concurso de poesia sobre São João de Ávila que foi ganho por Manuel Laespada Vizcaíno, com a obra ‘Evangelizador de Madrugadas (O, cómo desde la infancia se forja un alma)’, considerada a melhor entre os 14 finalistas.

O ‘Apóstolo da Andaluzia’, como é conhecido, foi apresentado pelo Papa, a 20 de maio deste ano, como alguém marcado pelo “seu conhecimento profundo da Sagrada Escritura, dos santos Padres, dos concílios, das fontes litúrgicas e da teologia saudável, juntamente com o seu amor fiel e filial pela Igreja”.

Isso “tornou-o um autêntico renovador, numa época difícil da história da Igreja”, acrescentou Bento XVI.

A Igreja Católica reconheceu até hoje 33 doutores, entre os quais Santo António de Lisboa e três mulheres: Teresa de Ávila, Catarina de Sena e Teresinha de Lisieux.

O título de doutor da Igreja é atribuído a fiéis que se tenham distinguido pela santidade de vida, ortodoxia doutrinal e sabedoria.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top