Vaticano: «Sair, ver e chamar», as orientações do Papa à pastoral vocacional

Francisco recordou aos bispos e sacerdotes que são principais responsáveis pelas vocações

Cidade do Vaticano, 21 out 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco explicou hoje a 255 participantes do Encontro Internacional de Pastoral Vocacional que devem promover “um encontro com o Senhor”, mais do que ser um “setor da ação eclesial”, com apelos diretos aos bispos e sacerdotes.

“A pastoral vocacional é aprender o estilo de Jesus, que passa pelos lugares da vida quotidiana, pára, sem pressa, e, olha os irmãos com misericórdia, conduz ao encontro com Deus Pai. Ele é o ‘Deus connosco’, que vive entre seus filhos, não teme misturar-se entre a multidão das nossas cidades”, referiu, no Vaticano.

Aos participantes do encontro promovido pela Congregação para o Clero, Francisco destacou os verbos evangélicos – “sair, ver e chamar” – a partir do exemplo da vocação de São Mateus, quando Jesus “saiu a pregar, depois viu Levi e o chamou”.

Sobre o primeiro verbo, o pontífice argentino referiu que a pastoral vocacional “precisa de uma Igreja em movimento” que seja capaz de “ampliar seus confins”.

“Devemos aprender a sair da nossa rigidez, que nos tornam incapaz de comunicar a alegria do Evangelho, das fórmulas anacrónicas e das análises preconcebidas, que envolvem a vida das pessoas em esquemas frios”, alertou.

Neste contexto, Francisco recordou aos bispos e aos sacerdotes que são “os principais responsáveis das vocações cristãs e sacerdotais” e disse que “podem ouvir os jovens, ajudá-los a discernir as ações dos seus corações e orientar os seus passos”, se saírem ao encontro das pessoas.

“Somos chamados a ser pastores no meio ao povo, a animar a pastoral do encontro e a dispor de tempo para acolher e ouvir os outros, sobretudo os jovens”, sublinhou, explicando do verbo “ver” que Jesus quando “passa pelas ruas, pára e cruza seu olhar com o do outro”.

“Eis o que torna atraente e fascinante a sua chamada”, observou.

Num tempo de “pressa e velocidade” onde os estímulos “nem sempre deixam espaço ao silêncio interior”, o Papa considerou que “é possível este risco” nas comunidades com “pastores e agentes pastorais num ativismo vazio por causa da pressa e dos seus compromissos”.

“Chamar é o terceiro verbo típico da vocação cristã. Jesus não faz longos discursos, não apresenta um programa a aderir-se e nem respostas preconcebidas. Ele limita-se em dizer ‘segue-me’, suscita o desejo de pôr-se em marcha e de deixar uma vida sedentária”, desenvolveu sobre o último verbo evangélico.

No final da audiência matinal, o Papa convidou os 255 participantes do Encontro Internacional de Pastoral Vocacional, promovido pela Congregação para o Clero, a ajudarem os jovens a “descobrir a alegria do Evangelho de Jesus”.

Segundo a Rádio Vaticano, Francisco incentivou ainda os bispos e sacerdotes a serem “próximos, a sair, semear a Palavra com olhares de misericórdia”.

“Tenham coragem de promover a pastoral vocacional mediante métodos possíveis, exercendo a arte do discernimento. Não tenham medo de anunciar o Evangelho com generosidade, de encontrar e orientar a vida dos jovens”, concluiu o Papa.

CB

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