«É pela interioridade e pela oração que começam as reformas», vinca bispo franciscano português
Lisboa, 14 mar 2013 (Ecclesia) – O bispo franciscano português D. António Montes afirmou hoje que o nome escolhido pelo novo Papa, Francisco, sugere o apelo à reforma da Igreja, ordem que o santo homónimo de Assis recebeu após uma visão de Cristo.
O anterior bispo de Bragança-Miranda disse à Agência ECCLESIA que São Francisco (c. 1181-1226) acolheu o mandato de “restaurar a Igreja”, sendo este o apelo “mais forte” que continua a ser lançado ao catolicismo.
“São Francisco pensou, ao princípio, que se tratava de uma restauração exterior, pelo que ergueu várias ermidas; mais tarde, porém, percebeu que o objetivo era a restauração interior”, referiu.
D. António Montes sublinhou que “é pela interioridade e pela oração que começam as reformas”: “Quem tem uma boa relação com Deus deve, necessariamente, ter uma boa relação com todas as pessoas e criaturas”.
É nesta perspetiva que, para o bispo emérito, deve ser compreendida a visão da ecologia em São Francisco, que ao realçar a “dimensão teologal e não, simplesmente, horizontal”, centra-se “na adoração a Deus mediante o que ele realizou”.
O prelado observou também que a “simplicidade” é a principal característica de São Francisco e constitui um “exemplo a imitar” no interior da Igreja.
Referindo-se aos desafios que aguardam Francisco, o prelado recordou que o Papa emérito Bento XVI disse em 2007 aos bispos portugueses, no contexto da visita ao Vaticano, que o encontro pessoal com Jesus Cristo “é o tesouro principal a dar a humanidade”, pelo que “todas as outras coisas vêm daí”.
RJM