Vaticano: Responsável pelo diálogo escreve a lefebvrianos com votos de unidade

Arcebispo Joseph Di Noia diz que é importante superar marcas do passado

Cidade do Vaticano, 21 jan 2013 (Ecclesia) – O vice-presidente da Comissão Pontifícia ‘Ecclesia Dei’, o organismo do Vaticano que acompanha as negociações com os lefebrvianos, afirmou que as negociações com a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX) estão “abertas e plenas de esperança”.

O arcebispo Joseph Di Noia manifestava-se numa carta hoje apresentada pelo portal de notícias do Vaticano como um texto “pessoal”, enviado aos membros da fraternidade francesa fundada por D. Marcel Lefèbvre (1905-1991).

A Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé) propôs à FSSPX a criação de uma prelatura pessoal, estrutura que já existe no caso do Opus Dei e que permitiria o seu “reconhecimento canónico”.

Entre as questões que separam as duas partes destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.

D. Joseph Di Noia destaca, no seu texto, que a fraternidade não tem como missão “julgar e corrigir a Teologia e a disciplina de outros, na Igreja”, o que considera uma missão do próprio Papa.

A carta passa em revista as dificuldades que surgiram nas relações bilaterais, deixando a indicação de que “Bento XVI está extremamente desejoso de superar as tensões existentes”.

Em março de 2009, o atual Papa enviou uma carta aos bispos de todo o mundo, para explicar para explicar a remissão das excomunhões de quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.

Para o vice-presidente da Comissão Pontifícia ‘Ecclesia Dei’, o “tom e conteúdo” de recentes declarações de alguns membros da FSSPX suscitaram “dúvidas a respeito da possibilidade real de uma reconciliação”.

O arcebispo Di Noia admite que mesmo uma reconciliação “imediata e total” seria incapaz de colocar um ponto final à “suspeição e desconfiança” entre ambas as partes, sendo necessário purificar “a amargura e o ressentimento” que surgem de 30 anos de separação.

OC

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Agência ECCLESIA

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