Intervenção de Manuel de Lemos na conferência do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde sublinhou gestão hospitalar e cuidados paliativos
Lisboa, 19 nov 2012 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) apresentou sexta-feira, no Vaticano, a história e a implementação daquelas instituições a 600 responsáveis de serviços de saúde católicos de mais de 60 países.
Na 27ª conferência internacional do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, dedicada ao tema ‘Hospital como lugar de evangelização’, Manuel de Lemos “recordou os cinco séculos de experiência das Misericórdias no setor da Saúde e a expansão da obra social por estas desenvolvidas um pouco por todo o mundo”, revela uma nota da UMP enviada hoje à Agência ECCLESIA.
O responsável explicou o papel das Santas Casas da Misericórdia em Portugal no setor da Saúde, especialmente junto das pessoas mais desfavorecidas, e descreveu a sua ação nos cuidados continuados e paliativos de saúde.
A gestão hospitalar das Misericórdias estende-se a 19 unidades, aguardando-se para breve a devolução de mais 15 a 30, depois de o Estado ter nacionalizado aquelas instituições, na sequência da revolução de 25 de abril de 1974, referiu.
O responsável salientou que desde 2006, quando o Governo chamou as Misericórdias para que participassem na criação de uma Rede Nacional de Cuidados Continuados, foram construídas e equipadas cerca de 120 unidades, num total de quatro mil camas, mais de metade da atual rede.
“Cuidar bem, com qualidade e competência, fazer o carinho a uma criança ou a um idoso, ter tempo para ouvir uma recordação, segurar a mão de um moribundo, é algo que as Misericórdias fazem naturalmente e como ninguém”, assinalou o presidente da UMP na intervenção intitulada “A Missão das Misericórdias junto dos que sofrem”.
Manuel de Lemos foi o único orador português presente no encontro, que terminou no sábado com uma conferência onde o Papa alertou para os riscos de a saúde se tornar numa “mercadoria”, limitando o acesso aos serviços sanitários por causa da crise económica que “retira recursos” ao setor.
“Hospitais e estruturas de assistência devem repensar o seu próprio papel para evitar que a saúde, para além de ser um bem universal a assegurar e defender, se torne uma simples ‘mercadoria’ sujeita a leis do mercado e, portanto, um bem reservado a poucos”, vincou Bento XVI.
UMP/OC/RJM