Vaticano: Reforma da Cúria Romana está a tornar a máquina «mais enxuta», afirma D. Manuel Clemente

Patriarca de Lisboa considera que está em curso uma «desburocratização»

Lisboa, 11 fev 2015 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa afirmou em entrevista à Agência Ecclesia que o Papa está a reformar a Cúria Romana para “retomar a forma inicial das coisas”, tornando a estrutura central de governo da Igreja mais simples.

“É natural que a máquina fique mais ‘enxuta’, mais simplificada, até para funcionar melhor, de uma maneira mais evangélica, não estando a complicar o que pode ser simples”, referiu D. Manuel Clemente.

“Sem obviar os problemas e requerendo competências”, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou o funcionamento dos serviços da Santa Sé têm de ser “simples, tanto quanto possa ser”.

“Acaba por ser uma desburocratização porque é uma simplificação”, considera D. Manuel Clemente.

Para o patriarca de Lisboa, “ter responsáveis por organismos que trabalham em comum e que possam fazer numa vez o que se tinha de fazer em duas ou três é ótimo”, porque se “poupam recursos, dinheiro”.

“Não podemos esquecer que isto começou com Jesus e uns apóstolos… Depois foi crescendo, mas é bom que não cresça demais enquanto serviço, porque o que interessa é o serviço”, recordou.

A reforma da Cúria Romana é o tema central da reunião dos cardeais de todo o mundo com o Papa Francisco, que vai decorrer entre esta quinta e sexta-feira, antes do Consistório consistório público para a criação de 20 cardeais, incluindo D. Manuel Clemente.

A redução do número de Conselhos Pontifícios, reunindo setores próximos na mesma estrutura, é uma das opções em análise.

O presidente da Conferência Episcopal lembrou que em Portugal essa “simplificação” já aconteceu, onde foi reduzido o número de comissões “para potencializar serviços que são muito coincidentes e que não podem funcionar uns sobre os outros”.

D. Manuel Clemente sublinhou que, “na vida da Igreja a palavra reforma é sempre um apelo a retomar a forma inicial das coisas” e, depois de 2000 anos, a forma inicial “não pode ficar obnubilada por muitas outras coisas que se acrescentaram”.

“Tem de se perceber que hoje, à volta do Papa e dos bispos, e com aqueles bispos que estão mais perto dele, por serem cardeais no serviço da Igreja Universal, continua exatamente o que aconteceu há dois mil anos no grupo de Jesus e os seus apóstolos”, referiu.

No contexto do segundo consistório do atual pontificado, D. Manuel Clemente analisou a situação social e eclesial da atualidade, em Portugal e no mundo, em entrevista que foi publicada na edição especial do semanário digital ECCLESIA, disponível online, e que também vai ser emitida nos programas Ecclesia (Antena 1) e ‘70×7’ (RTP2) do próximo domingo.

PR

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top